Conteúdo publicado há 7 meses

Maceió tem novo abalo sísmico, mas velocidade do afundamento se mantém

A Defesa Civil de Maceió registrou um novo abalo sísmico na cidade na noite de hoje. Bairros estão sob alerta devido a afundamentos em área ao redor de mina da Braskem. Há risco de colapso e de formação de uma cratera.

O que aconteceu

O evento sísmico teve magnitude de 0,39 na escala Richter, a 330m de profundidade, informou a Defesa Civil.

O solo ao redor da mina 18 da Braskem, a mais crítica, tem afundado a uma velocidade média de 1 centímetro por hora, considerando os monitoramentos da Defesa Civil feitos nas últimas 24 horas.

Também nas últimas 24 horas, houve deslocamento de 11,4 centímetros ao redor da mina 18, localizada no bairro Mutange —já evacuado. Três sensores instalados no local continuam apresentando "alertas de movimentação" na área, disse a Defesa Civil.

Desde o dia 21 de outubro, o deslocamento acumulado foi de 1,43 metro. "A Defesa Civil não descarta a possibilidade de um sinkhole [abertura de buracos]".

Defesa Civil de Maceió divulgou atualização do mapa de risco do afundamento dos bairros
Defesa Civil de Maceió divulgou atualização do mapa de risco do afundamento dos bairros Imagem: Divulgação/Defesa Civil de Maceió

Mais de mil abalos sísmicos em 5 dias

O bairro de Mutange teve mais de mil abalos sísmicos entre 19 e 24 de novembro, disse o diretor da Defesa Civil Nacional, Paulo Falcão.

Além da quantidade elevada de abalos, observou-se que a profundidade dos sismos se tornava mais rasa, indicando uma possível movimentação da cavidade em direção à superfície", acrescentou Falcão.

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Os abalos também foram sentidos nos bairros Pinheiro e Bebedouro. Os locais estão isolados e os moradores foram realocados.

Entenda a situação em Maceió

A Defesa Civil de Maceió informou na tarde de hoje que a área ao redor da mina 18 da Braskem está afundando em uma velocidade de 1 cm por hora. No fim da manhã, o índice chegou a ser de 2,6 cm/hora. Em nota, o órgão afirmou estar em "alerta máximo".

O deslocamento do subsolo ocorre por causa da extração de sal-gema, um cloreto de sódio que é utilizado para produzir soda cáustica e policloreto de vinila (PVC), pela Braskem, que atuava na região desde 1976. A companhia encerrou a extração do minério na região em 2019. No total, pelo menos 200 mil pessoas foram afetadas pelo desastre até hoje. Entenda como a extração causou o problema.

Nesta semana, a Prefeitura de Maceió decretou emergência e a Justiça determinou que a Braskem realocasse famílias do bairro Bom Parto, que estavam em áreas consideradas de risco. Na quinta (30), foi emitido um aviso sobre a possibilidade de colapso às 6h de hoje — mas, até o início da tarde, nada aconteceu.

A Braskem informou, em nota, que trabalha com dois cenários possíveis para resolver o problema. A empresa prevê uma "acomodação gradual até a estabilização" ou uma "possível acomodação abrupta" -- ou seja, um colapso.

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*Com Estadão Conteúdo

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