Conteúdo publicado há 11 meses

Foragido da PF em operação contra tráfico de armas se entrega no Paraguai

O general Jorge Antonio Orué, ex-diretor da Dimabel, órgão de armas no Paraguai, se entregou à polícia local na tarde desta quarta-feira (6).

O que aconteceu:

Orué é um dos alvos da operação da Polícia Federal brasileira, deflagrada ontem, que apura um esquema de tráfico de armas internacional. O grupo é suspeito de vender 43 mil armas para facções do Brasil.

A Dimabel é o órgão do Paraguai responsável por controlar, fiscalizar e liberar o uso de armas no país.

O general foi diretor da Dimabel no mesmo período em que a empresa IAS, sediada no Paraguai, fez importações de armas que seriam destinadas ao território brasileiro. A IAS é propriedade do argentino Diego Hernan Dirísio, principal alvo da investigação e apontado pela PF como um dos maiores contrabandistas da América do Sul. Dirísio está foragido.

O ex-diretor será transferido para a prisão militar Viñas Cue em Assunção, na capital paraguaia, e ficará sob custódia das autoridades competentes, conforme apurou o UOL.

As investigações continuam em andamento para identificar outros envolvidos no esquema e apurar os detalhes relacionados às atividades criminosas imputadas ao general.

Procurada pela reportagem, a PF afirmou que "não fornece dados de eventuais investigados e status de investigações".

A operação:

A operação da Polícia Federal e do Ministério Público Federal, em ação conjunta com órgãos paraguaios, foi deflagrada na terça-feira (5).

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Ao todo, 19 pessoas foram presas até o fim da manhã de terça: sendo 5 no Brasil e 14 no Paraguai, informou o ministro da Justiça, Flávio Dino. Trinta e oito mandados de busca e apreensão foram cumpridos no Brasil e outros 21 no país vizinho. Os cinco presos no Brasil estavam nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná.

O principal alvo é o argentino Diego Hernán Dirísio. Ele é suspeito de crimes como tráfico de armas, organização criminosa e lavagem de dinheiro. Policiais fizeram buscas na casa dele em Assunção, capital do Paraguai, mas ele não foi encontrado até esta quarta-feira.

Centenas de armas foram encontradas no cumprimento dos mandados. Algumas delas estavam em depósitos, ainda dentro de caixas, no Paraguai. O número pode chegar aos milhares, estimou o ministro.

A PF identificou que o grupo comprava pistolas, fuzis, rifles, metralhadoras e munições de fabricantes da Croácia, Turquia, República Tcheca e Eslovênia. Segundo a PF, o esquema de tráfico ilícito de armas de fogo movimentou R$ 1,2 bilhão em três anos.

As investigações começaram em 2020, quando pistolas e munições foram apreendidas no interior da Bahia.

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