Mina da Braskem afundou 12,5 cm em 24 horas antes de romper
A Defesa de Civil de Maceió informou que o solo na área da mina da Braskem no bairro do Mutange afundou 12,5 cm nas últimas 24h. No começo da tarde deste domingo (10), uma mina rompeu no local.
O que aconteceu
A queda acumulada foi de 2,35 metros. Nas 24 horas anteriores, o solo afundou 13 cm, conforme boletim divulgado ontem.
O último boletim divulgado pela Defesa Civil de Maceió às 10h, antes do rompimento, apontava para uma velocidade de afundamento de 0,53cm por hora. A velocidade é a mesma de ontem, mas é maior do que na sexta-feira (8), quando era de cerca de 0,2 cm por hora.
O rompimento ocorreu às 13h15 deste domingo e foi percebido em um trecho da lagoa Mundaú, segundo imagens divulgadas pelas autoridades. Com o rompimento, a água da lagoa está entrando na mina.
Outro movimento foi identificado às 13h45 após sensores apontarem tremores no solo, informou a Braskem. A empresa nomeou o ocorrido como "movimento atípico de água na lagoa Mundaú" e disse acompanhar a situação.
Não há risco para as pessoas devido ao isolamento do local, afirmou a Defesa Civil de Maceió.
Tendência é de "acomodação" da mina
O coordenador da Defesa Civil de Alagoas disse que a tendência é de acomodação da mina. O coronel Moisés Melo afirmou que "a mina chegou à superfície em uma proporção 100 vezes menor do que o anunciado originalmente".
Houve tremor no subsolo da lagoa, mas por enquanto podemos dizer que esse é o colapso que estávamos esperando, nada parecido com o estádio do Maracanã como estavam divulgando.
Também não há indícios iniciais de que o rompimento tenha afetado outras minas, explicou Melo.
O rompimento dessa mina aconteceu bem na superfície, ainda não tenho a profundidade exata porque estou pegando os detalhes agora, mas tudo indica que não afetou em nada as demais, que estão há pelo menos 1km de distância de profundidade. Vamos agora sentar, analisar os estragos, e esperar o processo se estabilizar nas próximas horas.
Relembre histórico
Décadas de exploração da Braskem do solo embaixo da capital alagoana deixaram o terreno instável. Pesquisadores alertam sobre o risco de desabamento desde 2010.
A empresa encerrou a extração em 2019 e começou a fechar as minas. Porém, ainda há minas que não foram preenchidas. Em nota, a empresa diz que toma "todas as medidas necessárias para mitigar, compensar ou reparar impactos" nos bairros sob risco.
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