Conteúdo publicado há 11 meses

Polícia apura morte de mulher trans; corpo foi deixado sobre trilhos no Rio

A Polícia Civil do Rio investiga a morte de Manu Dias, mulher trans de 24 anos, que teve seu corpo encontrado sobre trilhos em Bangu no último dia 29.

O que aconteceu

Manu desapareceu no último dia 28. De acordo com a pessoa que dividia apartamento com a vítima, a jovem teve um surto e saiu do local onde as duas moravam. Um boletim de ocorrência por desaparecimento foi registrado na ocasião.

O corpo foi localizado por policiais militares. O Grupamento de Policiamento Ferroviário foi acionado quando o corpo foi encontrado na linha de trem, no bairro de Bangu, na Zona Oeste do Rio. O local passou por perícia. Após o procedimento, o caso foi encaminhado à 34ª DP (Bangu).

O sepultamento de Manu aconteceu na tarde desta quarta-feira (3). O enterro foi no cemitério de Campo Grande, também na Zona Oeste do Rio.

Família soube do desaparecimento no dia 30

"A gente rodou o Rio atrás do corpo, mas ninguém sabia de nada", disse familiar. Por meio da página da jovem no Instagram, o parente que preferiu não se identificar afirmou que fez o reconhecimento do cadáver. Segundo ele, trata-se de um caso de homicídio.

Ativistas acusam familiares da vítima de transfobia. Em vídeo compartilhado nas redes sociais, o ativista trans Gab Van afirma que Manu vinha sendo alvo de preconceito por parte de sua família nos últimos dias. Segundo ele, isso se prova pela insistência dos parentes em não tratá-la por seu nome social mesmo após a morte.

Parentes dizem que não receberam apoio de amigos da vítima após a morte. Na página de Manu, o familiar diz que Manu nunca se apresentou como mulher para família e, por isso, foi enterrado com o nome de batismo. Ele se queixa da família estar sofrendo ataques por meios das redes.

O Brasil é o país que mais mata pessoas trans no mundo há 14 anos. Só em 2022, foram 131 vítimas, segundo levantamento da Associação Nacional de Travestis e Transexuais.

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O que dizem os envolvidos

Estava em uma ferrovia igual um bicho morto. Eu fui reconhecer o corpo. Não foi um acidente. Foi um homicídio.
Familiar de Manu, por meio das redes sociais

Manu Diniz era uma mulher trans preta que teve a sua identidade invalidada. Devemos pressionar as instituições governamentais para que haja garantia do direito à memória e identidade da população trans.
Gab Van, ativista de direitos humanos, no Instagram

Na sexta-feira (29/12), policiais militares do Grupamento de Policiamento Ferroviário (GPFer) foram acionados para atender ocorrência de encontro de cadáver próximo à linha férrea de Bangu. No endereço, a equipe constatou uma pessoa em óbito e isolou o local
Polícia Militar do Rio, em nota

De acordo com a Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA), o corpo da vítima foi localizado. A investigação está em andamento.
Polícia Civil do Rio, em nota

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