Chilena que atacou comerciante judia será indiciada por injúria racial

A mulher chilena que atacou uma comerciante judia no sul da Bahia será indiciada sob suspeita dos crimes de injúria racial, ameaça, dano material qualificado e tentativa de lesão corporal.

O que aconteceu

A Polícia Civil da Bahia informou que vai indiciar a chilena Ana Maria Leiva Blanco após o ataque à comerciante judia Herta Breslauer. O caso aconteceu na sexta-feira (2) em Arraial d'Ajuda, distrito de Porto Seguro, e foi filmado pela vítima.

Breslauer narrou à polícia que foi chamada de "assassina de crianças" e que teve sua loja depredada. O vídeo com as ofensas viralizou nas redes sociais no último fim de semana, e é possível ouvir o termo citado pela vítima, entre outros xingamentos.

O UOL tenta contato com Blanco sobre a investigação e as medidas cautelares. Segundo o delegado que atua no caso, a mulher não está sendo defendida por nenhum advogado. Caso haja resposta, o texto será atualizado.

Ao Fantástico, a autora das ofensas disse que se arrepende. "Eu me arrependo muito por meus filhos. Isso aqui não tem nada a ver com intolerância religiosa, tem a ver com coisa política. Ela pensa de um jeito, e eu penso de outro. Ela quer que eu pense do jeito dela. Se alguma pessoa do povo judeu se sentiu ofendida com minhas palavras, eu peço desculpas."

O inquérito deve sair nos próximos dias. O delegado Paulo Henrique de Oliveira, coordenador da 23ª Coorpin (Coordenadoria Regional de Polícia do Interior), que investiga o caso, confirmou o indiciamento ao UOL.

Após o episódio, Blanco foi liberada por falta de flagrante. A Justiça baiana determinou quatro medidas cautelares sob pena de prisão preventiva contra a suspeita:

  • Comparecimento bimestral à Justiça, em 6 meses, para informar atividades;
  • Proibição de acesso à loja da comerciante atacada;
  • Proibição de manter contato com a vítima
  • Proibição de deixar a cidade

O caso

Em um vídeo que circula nas redes, Blanco aparece ofendendo a comerciante. Breslauer foi xingada de "maldita sionista", um termo antissemita.

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A comerciante judia passou por exame no IML (Instituto Médico Legal) para a constatação de possíveis lesões decorrentes de um suposto tapa no rosto. "Ainda que não se constatem lesões, aconteceu a via de fato, uma contravenção penal devido ao tapa que ela recebeu", declarou a advogada da comerciante, Lilia Frankenthal.

Além da suposta agressão, a chilena teria depredado o estabelecimento de Herta. No vídeo, um homem aparece segurando Blanco, e é possível ver objetos da loja jogados no chão.

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