Apreensão dá lugar a aplausos e gritos com rendição de sequestrador no Rio

Entre bolsas, mochilas e malas, a apreensão tomava conta nos arredores da rodoviária do Rio (Novo Rio) na tarde desta terça-feira (12), durante o sequestro de um ônibus dentro do terminal. Passageiros aguardavam do lado de fora, após o espaço ser evacuado pela polícia. A rodoviária, que tem fluxo diário de 30 mil pessoas, ficou tomada por agentes de segurança por mais de três horas.

O que aconteceu

Dezesseis pessoas foram feitas reféns por um homem armado. O sequestrador manteve as vítimas no ônibus até por volta das 18h, quando se entregou e foi preso. Os reféns foram libertados sem ferimentos. Duas pessoas que estavam fora do veículo foram feridas, um homem de 34 anos que foi baleado e está internado em estado grave e uma pessoa que foi atingida por estilhaços e teria sido atendida em ambulatório no próprio terminal.

''Meu embarque seria às 14h30. Eu estava do lado do ônibus quando ouvi o disparo. Só deu tempo de correr com as crianças e ficar protegido.
Antônio José dos Santos, passageiro que ia para Arapiraca (AL)

Passageiro ia para Alagoas com filhas e neta. Enquanto o sequestro seguia, Antônio aguardava junto às duas filhas e uma neta, ainda bebê, para saber como viajaria para Arapiraca, em Alagoas, uma viagem de aproximadamente 40 horas. O abrigo da família durante as horas de desespero foi o chão, partilhado com os demais passageiros.

''Antigamente, a rodoviária era um lugar seguro. Hoje, qualquer um entra e ninguém sabe o que pode acontecer'', disse Maria Alderisa Gomes, que estava subindo as escadas para pegar um ônibus com destino a São Paulo, às 16h, quando viu a correria das pessoas na direção contrária, em busca de segurança. ''Tive muito medo de acontecer algo, por já estar na área de embarque'', disse.

Ônibus com destino a Juiz de Fora (MG). O veículo era da viação Sampaio, operado pela viação Útil, com horário de partida às 14h30. A empresa informou que haviam sido vendidas 43 passagens, mas havia 16 pessoas a bordo no momento do sequestro.

Do lado de fora, quando anunciado o fim do sequestro, houve aplausos e gritos. Um taxista que trabalha há nove anos no local elogiou o trabalho da polícia.

'A gente quer uma polícia que seja assim, que não mate, até quando uma pessoa faz o mal. Nunca pensei que pudesse ver a rodoviária dessa forma. Já peguei em diversos horários, e mesmo assim, nem passava pela cabeça algo desse tipo.
Amaury Coelho, taxista

Reabertura da rodoviária

Depois que os portões da rodoviária reabriram, filas se formaram nos guichês das empresas de ônibus. As pessoas tentavam remarcar as passagens de viagens que deveriam ter saído no período em que a rodoviária ficou fechada.

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Embarque após perícia. O funcionário público Bruno Castro, 44, deveria ter pegado o ônibus das 14h35, também com destino a Arapiraca. Agora, foi informado que deve embarcar quando a perícia do local terminar.

Eu estava lá fora até agora. Meu ônibus está na garagem, vindo para cá. Estou aguardando a perícia para poder descer [para a área de embarque].
Bruno Castro, funcionário público

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