No céu tem pet? Pra onde vão os animais quando morrem, segundo as religiões

Há muita dúvida e curiosidade sobre o destino dos animais após a sua morte. Existe um céu só para eles? Serão ressuscitados?

Algumas crenças sugerem, por exemplo, que os animais têm uma alma ou espírito que continua existindo após a morte, e podem ir para um tipo de paraíso, reino espiritual ou serem reencarnados em outra forma de vida. Há também quem diga que os animais são seres irracionais, portanto, não podem entender o conceito de Deus ou religião.

O que as religiões explicam

Católicos

A visão católica é muito simples: animais são criaturas que não têm alma (o atributo do ser que nos faz imagem e semelhança de Deus), Felipe Zangari, teólogo católico e mestre em ciências da religião

Felipe explica que, de acordo com São Tomás de Aquino, nome importante do catolicismo, os animais não têm vida intelectiva. "Desse modo, não têm alma propriamente dita e não participam do princípio da imortalidade que permeia a alma humana."

Apesar de não haver essa compreensão teológica sobre um lar celestial para os animais, não se deve tratar animais de qualquer forma, ressalta o teólogo.

São criaturas e, portanto, revelam - ainda que parcial e imperfeitamente - o amor do Criador pelo ser humano - obra-prima da sua criação.

Evangélicos

Não há nenhuma doutrina estabelecida que se deva crer na ressurreição dos animais, por outro lado, nenhuma afirmação [bíblica] de que não se deve crer, explica a bispa metodista Hideíde Torres.

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Hideíde esclarece que, embora não seja uma crença que tenha de ser adotada pelos evangélicos, não é incomum encontrar quem assim acredite. Desse modo, a bispa explica que, na mentalidade evangélica, "não seria surpreendente chegar ao céu e encontrar animais, porque não é uma situação de salvação dos bichos, mas uma perspectiva paulina [teologia do apóstolo Paulo] de que a criação também aguarda redenção pelo pecado do ser humano".

Espíritas

O espiritismo ensina que o espírito antes de ser reconhecido como uma individualidade passa por todos os reinos: mineral, vegetal e animal, adquirindo automatismos que serão úteis quando ele se tornar um espírito 'hominal' e assim tiver como atributos o pensamento contínuo e o livre arbítrio, explica Jean Julio, presidente da União das Sociedades Espíritas Intermunicipal de Franca (SP).

Ainda de acordo com Júlio, "a evolução é infinita". Os animais, que, segundo a doutrina espírita, são seres irracionais, evoluem e reencarnam em outro corpo animal, imediatamente após a morte.

Umbanda

Todo ser vivente traz uma energia vital de Deus e essa energia espiritual chamamos de alma, a energia da vida, explica Marco Oliveira, dirigente do terreiro de Umbanda Casa de Preto Velho, em Mogi das Cruzes (SP).

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Por isso, na perspectiva da umbanda, conforme relato de Marco, todos os animais reencarnam. Após a morte do animal, ele "ainda fica um tempo perto do dono até o desapego afetivo e alguns reencarnam rápido".

Os animais que morreram por doença grave ou com muito sofrimento, antes de reencarnar, passam por um processo de cura espiritual, ressalta o líder religioso.

Candomblé

O babalorixá de candomblé na cidade de Americana (SP) Ariovaldo Borini Junior comenta que na sua crença todos os animais reencarnam rapidamente. "Se nasceu como galinha, vai reencarnar como galinha, não existe evolução espiritual; existe sim um sistema cármico."

Conforme explicou Ariovaldo, os espíritos dos animais não passam pelo mesmo processo dos humanos de esperar a reencarnação. Além disso, o líder esclarece que não se deve menosprezar a inteligência dos animais.

Todos os animais são racionais, todos têm inteligência; se não fosse assim, eles não iriam reencarnar.

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Além da religião

Helmut Renders, doutor em ciências da religião, explica que apesar das diferenças de opiniões sobre o tema, túmulos com animais enterrados junto aos humanos já foram encontrados entre chineses, romanos, egípcios e germânicos; devido à ideia de que os animais acompanhariam o ser humano "no hades, no mundo dos mortos e na eternidade", o que teria sido presenciado por um bom tempo na concepção do "cristianismo africano, mediterrâneo e europeu".

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