Conteúdo publicado há 1 mês

Vídeo mostra motorista de Porsche momentos antes de colisão em São Paulo

Câmeras de segurança flagraram Fernando Sastre de Andrade Filho, condutor do Porsche que colidiu contra um Sandero e matou um motorista de aplicativo na capital paulista, saindo de uma casa de pôquer momentos antes da batida.

O que aconteceu

Fernando saiu do estabelecimento com uma mulher às 2h13 do dia 31 de março. A dupla parece discutir ao lado do Porsche e é seguida por mais duas pessoas, que conversam com eles — uma delas era Marcus Vinícius, que estava no veículo no momento da colisão. As imagens foram divulgadas pelo SBT e obtidas pelo UOL.

Às 2h15, Fernando entra no carro. Alguns segundos depois, a mulher que o acompanhava chega a abrir a porta do veículo, mas logo a porta é fechada novamente. O grupo volta a conversar por alguns minutos até que Marcus entra no Porsche ao lado de Fernando.

A mulher que acompanhava o motorista parece falar algo para o passageiro do Porsche. Depois, ela entra no carro de trás com o outro integrante do grupo, que posiciona o automóvel ao lado do de Fernando por mais de um minuto.

Fernando deixa o local às 2h21, seguido pelo outro carro. Menos de nove minutos depois, câmeras de segurança flagraram o Porsche colidindo contra o Sandero da vítima, identificada como o motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana, 52.

Passageiro de Porsche segue internado

O passageiro ferido, identificado apenas como Marcus Vinícius, 22, está internado desde a madrugada de domingo (31), quando ocorreu o acidente. A Polícia Civil espera ouvi-lo no inquérito após liberação médica.

O estado de saúde do passageiro não foi informado. O hospital São Luiz foi procurado, mas informou não ter autorização para divulgar o estado de saúde do paciente. O UOL não conseguiu localizar nenhum familiar de Marcus.

Entenda o caso

Fernando Sastre de Andrade Filho foi liberado da delegacia na noite de segunda-feira (1º) após prestar depoimento. Ele se apresentou à polícia 38 horas após ter deixado o local do acidente. "Ele falou só o básico para não se culpar", afirmou o delegado Nelson Vinicius Alves, acrescentando que Fernando estava frio e tranquilo durante o depoimento.

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O condutor do Porsche foi indiciado por homicídio doloso (quando há intenção ou se assume o risco de matar). Ele também deve responder por fuga do local do acidente e lesão corporal, em razão dos ferimentos sofridos pelo passageiro que estava com ele. Inicialmente, o caso havia sido registrado como homicídio culposo (quando não há intenção de matar).

A Justiça de São Paulo negou o pedido de prisão temporária de Fernando, feito pela Polícia Civil. A prisão temporária tem duração de 5 a 30 dias, com possibilidade de prorrogação pelo mesmo período.

Defesa de Fernando diz ser "prematuro" julgar as causas do acidente. Em nota divulgada na segunda-feira (1º), os advogados Carine Acardo Garcia e Merhy Daychoum defendem que suposições não devem ser realizadas, já que os laudos periciais não foram concluídos, e afirmam que o homem não fugiu do local do acidente.

O que se sabe sobre o acidente

Acidente aconteceu na madrugada de domingo (31), na avenida Salim Farah Maluf. Testemunhas contaram à polícia que Fernando fez uma ultrapassagem em alta velocidade — o limite de velocidade na via é de 50 km/h — perdeu o controle e colidiu com traseira de um Sandero.

O motorista de aplicativo foi socorrido, mas não resistiu aos ferimentos. Ele foi levado pelo Corpo de Bombeiros ao Hospital Municipal do Tatuapé, onde deu entrada com quadro de parada cardiorrespiratória. A morte, segundo o médico que o atendeu, ocorreu devido a traumatismos múltiplos.

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Mãe de Fernando foi ao local do acidente e levou o filho embora. De acordo com o registro da ocorrência, Daniela Cristina De Medeiros Andrade informou aos policiais que levaria o filho ao Hospital São Luiz Ibirapuera, devido ao leve ferimento que ele apresentava na região da boca.

Os policiais foram ao hospital para colher o depoimento do motorista e fazer o teste do bafômetro. Na recepção, foram informados de que ele não deu entrada em qualquer unidade da rede. A polícia foi até a casa da família e tentou contato com mãe e filho por telefone, sem sucesso.

A Polícia Militar disse que vai averiguar um "possível erro operacional" que teria permitido a fuga. Em nota, a Secretaria de Segurança Pública informou que analisará a dinâmica da ocorrência. O órgão não informou se a averiguação será feita via corregedoria.

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