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Caso Porsche: Filho de motorista morto em SP lamenta aniversário sem o pai

Luam Silva, filho do motorista de aplicativo que morreu após colisão com Porsche em São Paulo, lamentou nesta quarta-feira (10) estar fazendo aniversário e não poder comemorá-lo ao lado do pai, Ornaldo da Silva Viana, de 52 anos.

O que aconteceu

O jovem, que completou 24 anos, divulgou um texto nas redes sociais. Luam afirma estar sentindo um "vazio" com a ausência do pai na data e disse tentar se distrair, mesmo sendo impossível por pensar em Ornaldo o tempo todo. "Penso no tempo que eu poderia ter aproveitado mais. Eu queria ter o poder de voltar no tempo e passar mais tempo com você", escreveu.

Filho relembra momentos ao lado do pai. Ele citou quando ganhou um PlayStation 2 do pai em um Dia das Crianças, e rememorou a alegria que ele e o irmão, Lucas, tiveram ao vê-lo descendo as escadas com os presentes em mãos.

Luam agradeceu aos familiares e amigos por ajudá-lo neste momento difícil. Ele finalizou declarando se despedir com "profunda tristeza", mas também com orgulho por ter Ornaldo como pai. "Eu só tenho a agradecer a ti, meu pai, por tudo que o senhor lutou por mim e pela nossa família. Prometo fazer minha parte daqui".

Você saiba que o senhor é e sempre vai ser importante em nossas vidas, eu sempre vou ter o senhor como um exemplo, você sempre vai ser meu herói, sempre muito animado. Eu vou carregar essas lembranças para sempre, meu pai. Você ajudava diversas pessoas e não esperava nada em troca. Independente de como tenha sido, saiba que sempre vou carregar boas lembranças suas. Meu aniversário nunca vai ser mais o mesmo sem o senhor, sempre vai ter um furo. Eu te amo meu pai, meu herói, meu maior exemplo, seu Ornaldo!
Luam Silva, filho de Ornaldo

Entenda o caso

Colisão aconteceu na madrugada de 31 de março, na avenida Salim Farah Maluf. Testemunhas contaram à polícia que Fernando fez uma ultrapassagem em alta velocidade — o limite de velocidade na via é de 50 km/h — perdeu o controle e colidiu com traseira de um Sandero.

Fernando Sastre foi liberado da delegacia no dia 1º após prestar depoimento. Ele se apresentou à polícia 38 horas após ter deixado o local do acidente. "Ele falou só o básico para não se culpar", afirmou o delegado Nelson Vinicius Alves, acrescentando que Fernando estava frio e tranquilo durante o depoimento.

O condutor do Porsche foi indiciado por homicídio doloso - quando há intenção ou se assume o risco de matar. Ele também deve responder por fuga do local do acidente e lesão corporal, em razão dos ferimentos sofridos pelo passageiro que estava com ele. Inicialmente, o caso havia sido registrado como homicídio culposo (quando não há intenção de matar).

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A Justiça de São Paulo negou dois pedidos de prisão temporária de Fernando, feitos pela Polícia Civil. Na última decisão, proferida na segunda-feira (8), o magistrado argumentou que prisão foi negada em razão da ausência dos requisitos e fundamentos autorizadores "da custódia cautelar".

Defesa de Fernando diz ser "prematuro" julgar as causas do acidente. Em nota, os advogados Carine Acardo Garcia e Merhy Daychoum defendem que suposições não devem ser realizadas, já que os laudos periciais não foram concluídos, e afirmam que o homem não fugiu do local do acidente.

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