Água que saiu do Guaíba começa a chegar a cidades no sul do RS
A água que saiu do Guaíba, na região metropolitana de Porto Alegre, começou a chegar a cidades no sul do Rio Grande do Sul.
O que aconteceu
Cidades banhadas pela Lagoa dos Patos, onde o Guaíba deságua, começaram a observar aumento no nível nas margens. A Prefeitura de Rio Grande, a cerca de 300 quilômetros de Porto Alegre, publicou fotos nas redes sociais que mostram água começando a avançar pelas ruas do município. Segundo boletim das 14 horas da gestão municipal, a Lagoa dos Patos subiu um metro na região da cidade.
Rio Grande tem 1.516 pessoas desabrigadas. Os animais resgatados na cidade foram 333: 180 cavalos, 95 cachorros, 56 gatos, um coelho e uma chinchila.
Em Pelotas, o nível da Lagoa dos Patos chegou a dois metros. O município tem 486 pessoas em abrigos e está com transporte público funcionando em horário reduzido devido à falta de combustível.
Guaíba voltou a ficar abaixo de 5 m
O nível atual está em 4,90 metros, segundo medição feita às 15h15 desta quinta-feira (9). O dado é da aferição das réguas da Sema (Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura) e da ANA (Agência Nacional de Águas).
Diminuição no nível do Guaíba foi de 42 centímetros em quatro dias. Na segunda-feira (6), altura da água atingiu 5,32 metros, o maior nível registrado até agora.
Guaíba continua dois metros acima do nível de inundação. A referência é usada como sinalização para possíveis danos nos municípios em torno do corpo d'água.
Mudança de vento afetará o Guaíba na próxima semana. Uma massa de ar frio de origem polar, somada a um vento Sul e prevista para a noite da terça-feira (14), deve fazer o corpo d'água subir pelo menos 20 centímetros em poucas horas, segundo o MetSul.
Rio Grande do Sul tem mais de 100 mortos
Além dos 107 óbitos, uma morte que pode estar relacionada às chuvas é investigada no estado. Há 754 feridos e 134 pessoas consideradas desaparecidas. Veja aqui quem foram as vítimas identificadas até o momento.
Há mais de 1,7 milhão de pessoas afetadas pelas chuvas em 431 municípios no estado, informou a Defesa Civil. 327.105 estão desalojadas e 68.519 estão acolhidas em abrigos.
Defesa Civil pede que moradores resgatados ainda não voltem para suas casas inundadas. O alerta vale principalmente para quem mora na região metropolitana de Porto Alegre. Segundo o órgão, esses locais atingidos ainda seguem sob alto risco e estão sujeitos a movimentos de massa e transmissão de doenças.
Novas chuvas são previstas no estado
Chuva com maior intensidade será entre o centro-norte e leste gaúcho, incluindo o litoral norte do estado e o sul de Santa Catarina, segundo o Inmet. Os volumes de chuva podem passar dos 100 milímetros entre os dias 10, 11 e 12 de maio.
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Quero receberComeço da semana terá rajadas de vento entre o oeste e o sul do estado. Entre o fim do domingo (12) e a segunda-feira (13), as rajadas de vento variam de oeste a sul, com velocidade acima de 30 km/h. Já na terça-feira (14), os ventos enfraquecem.
Essa condição acontece devido à instabilidade que retorna com mais força ao Rio Grande do Sul no fim desta semana. Inicialmente, como frente quente, uma vez que a frente fria recua de Santa Catarina para o estado gaúcho.
RS tem 380 mil sem luz e 452 mil sem água
Há 379.394 clientes das concessionárias RGE Sul e CEEE Equatorial sem energia elétrica. A maioria vive em regiões inundadas ou em locais com impedimento de acesso das equipes, informou a distribuidora. Até quarta-feira (8), eram 459 mil pontos sem luz.
Porto Alegre, Guaíba, Eldorado do Sul e Alvorada também têm pontos sem luz. As cidades são atendidas pela CEEE Equatorial, que totaliza, no momento,185.094 pontos sem energia (que representa 10,27% do total de clientes).
São 452.588 de clientes sem água, de um total de 6 milhões de atendidos pela Corsan no RS. Há ainda dezenas de municípios sem serviços de telefonia e internet das companhias Tim, Vivo e Claro, segundo a Defesa Civil.
O Rio Grande do Sul é atingido por chuvas intensas desde 24 de abril. Cheia que inunda Porto Alegre ainda levará dias para retornar a patamares seguros. O sistema de proteção contra enchentes, que circunda a cidade, foi projetado para suportar até 6 metros de altura.
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