Conteúdo publicado há 5 meses

Brasil tem 72 facções ligadas ao tráfico de drogas, diz pesquisa

O Brasil tem 72 facções ligadas ao tráfico de drogas e duas delas são consideradas "holdings do crime", com atuação transnacional. É o que diz uma pesquisa lançada neste sábado (8) pela Esfera Brasil, em evento realizado no Guarujá (SP).

O que aconteceu

A pesquisa foi realizada pela Esfera Brasil e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Os dados apontam que o tráfico de drogas corresponde a 4% do PIB brasileiro de 2021 - o cálculo considera o valor que seria arrecadado se toda a cocaína que passa pelo Brasil fosse exportada para a Europa. A pesquisa diz que o faturamento das organizações criminosas seria da ordem de US$ 65,7 bilhões, o equivalente a 4% do PIB brasileiro de 2021.

Prender os integrantes das facções não resolve o problema. Esta é a opinião de Pierpaolo Bottini, advogado e professor de direito penal da faculdade de direito da USP (Universidade de São Paulo). "O que precisamos fazer é identificar para onde está indo esse dinheiro, congelar e impedir que essas organizações se retroalimentem, paguem os seus soldados e paguem os funcionários", afirma Bottini.

Falta coordenação entre as instituições de segurança para resolver o problema, segundo o estudo. A pesquisa mostra que o país tem mais de 1.500 instituições de segurança pública, mas que não há uma coordenação federativa com capacidade técnica e jurídica para integrar informações e otimizar o combate ao crime organizado.

Esferas públicas e privadas precisam atuar juntas para resolver a questão. Camila Funaro Camargo Dantas, CEO da Esfera Brasil, afirma que o Brasil está no ranking mundial de países com mais carros blindados, no top cinco global de homicídios por 100 mil habitantes e no top três de população carcerária. "É preciso que as três esferas federativas se juntem ao setor privado para reverter esse cenário que impacta diretamente a vida das pessoas e a economia do país", afirma Dantas.

*A repórter viajou a convite do grupo Esfera Brasil.

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