Caso Hyara Flor: marido de cigana volta a ser apreendido 1 ano após morte
A Polícia Civil voltou a apreender nesta quinta-feira (22) o adolescente, hoje com 15 anos, investigado pelo feminicídio da esposa, a cigana Hyara Flor Santos Alves, morta com um tiro no queixo aos 14 anos, em julho de 2023.
O que aconteceu
Marido da vítima foi encontrado no bairro Quintas do Sul, em Itapetinga, no interior da Bahia. Contra ele havia um mandado de busca e apreensão e internação provisória expedido pela comarca de Guaratinga — a cerca de 702 quilômetros de Salvador —, onde o crime ocorreu.
Adolescente foi submetido aos exames de lesões de praxe, segundo a Polícia Civil. Ele ficou à disposição da Vara da Infância e Juventude.
Polícia Civil concluiu as investigações do caso. O adolescente foi indiciado por ato infracional análogo ao crime de feminicídio de Hyara. A autoridade policial encaminhou o inquérito policial para análise do Ministério Público. Os adolescentes haviam se casado cerca de dois meses antes do crime.
Perfil genético do marido adolescente foi identificado na arma usada no crime. A identificação ocorreu pelo DPT (Departamento de Polícia Técnica). A Polícia Civil não confirmou a data em que o perfil genético foi encontrado no armamento.
A defesa do adolescente não foi encontrada para pedido de posicionamento. O espaço segue aberto para a manifestação.
Reviravoltas na investigação
Garoto já havia sido apreendido em 26 de julho de 2023 em Vitória, após ele e a família fugirem da Bahia para o Espírito Santo.
Em agosto de 2023, a Justiça da Bahia mandou soltar o marido da cigana. À época, a advogada da família de Hyara afirmou que o Ministério Público da Bahia também havia se manifestado favoravelmente à soltura do adolescente.
Ainda no ano passado, a investigação da Polícia Civil da Bahia sobre a morte da cigana atribuiu o episódio a um tiro acidental desferido pelo irmão do companheiro da vítima, de nove anos. Na ocasião, foi informado que o menino não responderia pelo crime, uma vez que não há processamento e julgamento penal de crianças com menos de 12 anos.
A Polícia Civil da Bahia chegou a dizer que a vítima e o menino brincavam com a arma no momento do disparo. A criança estaria com o revólver apontado na direção de Hyara, quando teria disparado acidentalmente. O revólver, de acordo com a investigação, pertencia à sogra da vítima.
As autoridades também chegaram a descartar a hipótese que apontavam desavenças familiares ou feminicídio. Porém, os familiares de Hyara sempre defenderam essas teses e acusaram o sogro da garota de ter planejado o crime. Eles apontaram que a adolescente foi alvo de vingança em razão de uma suposta relação extraconjugal entre a sogra dela e um dos seus tios.
A Polícia Civil mudou rumo da investigação após o DPT (Departamento de Polícia Técnica) encontrar o perfil genético de marido adolescente na arma usada no crime.
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