CFM lança plataforma para combater falsificações de atestados médicos

O CFM (Conselho Federal de Medicina) apresentou nesta quinta-feira (5) a plataforma Atesta CFM, que valida atestados médicos em todo o país e visa combater falsificações.

O que aconteceu

O CFM quer combater fraudes e irregularidades em atestados médicos. Com a plataforma, um banco de dados ficará disponível para validar e verificar se os dados são verídicos. A medida é uma alternativa para enfrentar a venda e falsificação destes documentos. A ferramenta pode ser acessada aqui.

O médico será notificado de todos os atestados assinados em seu nome. De acordo com o CFM, os documentos serão integrados sob a responsabilidade do médico no sistema digital. Após subir o atestado no sistema, ele alertará o paciente e a empresa automaticamente.

Empresas e pacientes terão acesso aos atestados. Acessando o sistema, empresas e empregadores poderão conferir a validade do documento, a partir dos parâmetros estabelecidos pelo CFM e colocados em prática no Atesta.

O paciente, o médico e a empresa poderão conferir o histórico de atestados. A partir do site atestacfm.org.br, o médico, o paciente e o empregador poderão conferir atestados de saúde ocupacional, afastamento e acompanhamento. Todos os documentos do paciente ficarão armazenados no sistema.

Plataforma vai entrar em vigor em 120 dias. O texto foi encaminhado ao Diário Oficial da União nesta quinta-feira (5), e entra em vigor em 5 de novembro. Também é previsto um prazo de seis meses para que médicos se adaptem ao sistema. A partir de 5 de março será obrigatório o uso da plataforma.

Atestados vendidos na internet

Em agosto o UOL mostrou que atestados médicos e receitas para compra de remédios controlados estavam sendo anunciados no Telegram. Os atestados, segundo apuração, custavam em média R$ 50 e qualquer pessoa teria acesso.

A reportagem apurou que, apenas em um dos grupos para venda de atestados e receitas no Telegram, 2.500 pessoas eram membros. À época, Hideraldo Cabeça, conselheiro do CFM, comentou que o problema poderia ser sanado com tecnologia, com o desenvolvimento de sistemas digitais para combater as fraudes - como o Atesta CFM.

Continua após a publicidade

Atestados falsificados eram encaminhados a partir de encomendas. Em um caso, em Capinzal (SC), um homem foi preso após vender atestados por aplicativos de mensagens e entregá-los em casa, numa espécie de "delivery".

O novo sistema do CFM tenta atacar o problema das fraudes online. Com a popularização da plataforma, logo não será necessário o uso de papéis timbrados ou carimbos, e todos os atestados terão sua própria assinatura digital, de acordo com a entidade.

Essa situação gera consideráveis prejuízos tanto para as empresas quanto para a previdência social e, em última análise, para toda a população. Com a implantação do Atesta CFM, buscamos enfrentar esse problema na raiz, uma vez que apenas os atestados chancelados pelo Atesta CFM serão considerados válidos.
Hideraldo Cabeça, conselheiro CFM

Deixe seu comentário

Só para assinantes