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Qualidade do ar é 'ruim' ou 'muito ruim' em toda Grande SP, diz Cetesb

A qualidade do ar na região metropolitana de São Paulo é "ruim" ou "muito ruim" em todas as estações de monitoramento da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo), segundo medição divulgada na manhã desta quarta-feira (11), com base nos dados de terça (10).

O que aconteceu

Na Grande São Paulo, incluindo a capital, 16 estações registraram qualidade do ar "muito ruim". Os dados da Cetesb indicam também que oito estações tinham a classificação "ruim". No interior do estado, uma estação com qualidade "muito ruim", 15 com qualidade "ruim" e 11 estações com qualidade "moderada".

A qualidade registrada foi determinada principalmente pelas concentrações de material particulado. A Cetesb listou materiais como poeira, fuligem e fumaça, que ficam suspensas na atmosfera em função do seu pequeno tamanho - e por ozônio.

Má qualidade do ar é influenciada pelos focos de incêndio no estado. "Nos últimos dias tem sido observado de forma abrangente, um número alto de estações com qualidade ruim e muito ruim por partículas inaláveis finas. Esta situação é influenciada pelos focos de incêndio no estado, agravado pelas condições meteorológicas desfavoráveis à dispersão de poluente, devido atmosfera estável, pouca ventilação e ausência de chuvas", afirmou Maria Lúcia Guardani, gerente da divisão de qualidade do ar da Cetesb.

A qualidade do ar está muito ruim em São Paulo devido à suspensão de material particulado oriundo das queimadas que ocorrem em todo país
A qualidade do ar está muito ruim em São Paulo devido à suspensão de material particulado oriundo das queimadas que ocorrem em todo país Imagem: Divulgação/Cetesb

Pior qualidade do ar da semana. Para efeito de comparação, no dia 10 de setembro, por exemplo, sete estações da região metropolitana de São Paulo tinham qualidade "muito ruim", 13 "ruim" e quatro como "moderada". A Cetesb utiliza cinco estágios na medição da qualidade do ar: boa (índice de 0 a 40), moderada (41 a 80), ruim (81-120), muito ruim (121-200) e péssima (acima de 200).

A qualidade do ar em cada estação é determinada pelo poluente de pior situação. O estado está sob influência de diversos focos de queimada, situação agravada pelas condições meteorológicas com a atuação de uma massa de ar quente, seco e estável com ventos fracos e calmaria durante a noite e madrugada, além de ausência de chuvas, o que dificulta a dispersão dos poluentes.

O estado de atenção é declarado quando as concentrações dos poluentes atmosféricos atingem a qualidade "péssima".

A Cetesb informou que o monitoramento segue os métodos de medição adotados internacionalmente. Os boletins diários são emitidos às 11h e consolidam as informações das 24 horas anteriores.

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Nesta quarta, pelo terceiro dia consecutivo, a qualidade do ar em São Paulo foi considerada uma das piores do mundo. Os dados são da empresa suíça de tecnologia IQAir, que monitora as condições da poluição em grandes cidades. O ranking de 120 metrópoles publicado no site da plataforma indica que hoje São Paulo ocupava o segundo lugar na lista, atrás de Kinshasa, na República Democrática do Congo, e à frente de Karashi, no Paquistão.

Como proteger sua saúde

O tempo seco e a onda de calor devem continuar em São Paulo, ao menos, até domingo (15). Pessoas com doenças respiratórias ou cardíacas, idosos e crianças devem evitar esforço físico pesado ao ar livre. Segundo a Cetesb, o restante da população deve reduzir o esforço físico pesado ao ar livre.

Em dias mais secos, é preciso ficar atento, pois além do aumento dos níveis de poluentes dispersos no ar, a baixa umidade pode ter efeitos diretos e indiretos à saúde humana. Os sintomas mais comuns relacionados à baixa umidade são: ressecamento de mucosas que podem ocasionar complicações alérgicas e respiratórias, aumento de doenças respiratórias pré-existentes, como asma, bronquite, rinite e enfisema, sangramento pelo nariz, espirros, tosse, dificuldade para respirar. Pode ocorrer também o ressecamento da pele, irritação dos olhos, com vermelhidão, ardência, coceira e aumento das conjuntivites alérgicas.

Quando a umidade do ar estiver abaixo de 30%, algumas medidas podem ser adotadas para reduzir os impactos à saúde.

Veja as principais:

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- Umidificar o ambiente por meio de vaporizadores, toalhas molhadas e/ou recipientes com água;
- Permanecer em locais arejados e protegidos do sol;
- Hidratar-se com maior frequência;
- Usar soro fisiológico nas narinas;
- Usar solução lubrificante ocular;
- Evitar aglomerações.

Comitê de crise

A Prefeitura de São Paulo criou um comitê de crise para amenizar os problemas causados pela baixa umidade do ar. De acordo com a gestão, serão destinados mais R$ 5 milhões para reforçar as unidades que atendem a população idosa.

A verba também será usada para comprar umidificadores de ar para as escolas de diversas regiões da capital. A gestão municipal anunciou que serão providenciados aparelhos para as regiões da Freguesia do Ó, Brasilândia, Casa Verde, Cachoeirinha, Vila Medeiros, São Lucas, Sapopemba, São Rafael, M'Boi Mirim e Jardim Ângela.

Prefeitura acrescentou que a cidade já conta com dez tendas da operação Altas Temperaturas. Os equipamentos estão montados em pontos estratégicos das cinco regiões da cidade. Com funcionamento entre 10h e 16h, os cidadãos podem ter acesso à água, chás, sucos gelados e frutas.

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