Quem é Dako, mega-assaltante que armava o PCC e ficou 20 anos foragido
Jakson de Oliveira Santos, o Dako, é acusado de fornecer armas pesadas, como fuzis, ao PCC e participar de mega-assaltos em ações ligadas ao "novo cangaço". Ele foi preso em 7 de fevereiro de 2024, após quase 20 anos foragido.
O que aconteceu
Aos 44 anos, Dako foi preso sob a acusação de ser o principal fornecedor de armamento pesado para ações violentas do PCC. Ele fornecia fuzis e munições utilizados em assaltos a bancos e transportadoras de valores, especialmente em mega-assaltos no estilo "novo cangaço". Sua participação direta foi identificada em ataques onde criminosos utilizaram drones, explosivos e reféns como escudos humanos.
Entre suas ações mais notórias estão os ataques em Araçatuba, em 2021, e Confresa, em 2023. No assalto em Araçatuba, sua quadrilha usou reféns como escudos humanos e incendiou veículos, transformando a cidade em uma zona de guerra. Em Confresa, os criminosos atacaram uma transportadora de valores, mas fugiram após confronto com a polícia.
Dako também era responsável por treinar membros do PCC. Vídeos de investigações mostram Dako participando de treinamentos de tiro com fuzis, organizados com a ajuda de CACs (Colecionadores, Atiradores Desportivos e Caçadores), evidenciando seu papel central no fornecimento e uso de armamento pesado pela facção criminosa.
Detalhes da captura
Dako foi capturado em 7 de fevereiro de 2024, após quase duas décadas foragido. Ele foi preso em uma casa de luxo no bairro Vale Verde, em Valinhos (SP), durante uma operação conjunta do Gaeco e da Polícia Militar de São Paulo, que o monitoravam há seis meses.
Ele estava dormindo quando foi surpreendido pelas forças de segurança. Dako não resistiu à prisão. No local, foram encontrados armamentos, munições, rádios transmissores, documentos falsos e roupas de camuflagem, elementos típicos de quadrilhas especializadas em mega-assaltos.
A prisão foi em flagrante, e Dako foi indiciado por diversos crimes. Entre eles, porte ilegal de armas, uso de documentos falsos e sua ligação com o PCC, além de sua participação em assaltos e tráfico de armas. A operação colocou fim à longa trajetória de um dos criminosos mais procurados do Brasil.
O novo cangaço
Investigações recentes revelaram que alguns CACs estavam envolvidos em fornecer armas e treinamentos a quadrilhas criminosas, como o PCC. Essas quadrilhas, especializadas em mega-assaltos, como o "novo cangaço", contavam com CACs para acesso a armamento pesado.
O "novo cangaço" é caracterizado por ataques extremamente violentos a cidades inteiras. Quadrilhas fortemente armadas cercam municípios, atacam bancos e transportadoras de valores e usam reféns como escudos humanos. As ações são planejadas com precisão militar, o que se reflete no uso de armas de grosso calibre e veículos blindados.
Vídeos obtidos pela Polícia Federal mostram CACs treinando membros do PCC. Um dos vídeos que faz parte da investigação mostra Elaine Souza Garcia, uma das suspeitas de integrar o grupo, manuseando um fuzil com a ajuda de um CAC chamado Otávio Magalhães, que foi preso em 2023 por fornecer armas ao grupo. As imagens mostram ainda Delvane Lacerda, o Pantera, outro membro do PCC, sendo orientado por Otávio sobre como disparar corretamente um fuzil em um estande de tiros ao ar livre.
Dako participou ativamente dessas ações de "novo cangaço". Além de fornecer armas, ele integrava as operações que envolviam esses ataques violentos, onde as quadrilhas, fortemente armadas, enfrentavam as forças de segurança. A apreensão de armas, munições e equipamentos militares durante sua prisão reforça sua ligação com esse esquema que envolvia os CACs.
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