Conteúdo publicado há 2 meses

'Maníaco do carro': polícia pede à Justiça prisão preventiva do suspeito

A Polícia Civil de São Paulo concluiu o inquérito e a pediu prisão preventiva do homem que atacou ao menos sete mulheres em setembro, na zona leste de São Paulo, e ficou conhecido como "maníaco do carro".

O que aconteceu

O suspeito foi identificado como Solirano de Araújo Sousa. Ele está sendo procurado desde o dia 13 de setembro, quando câmeras de segurança registraram o momento dos ataques.

A Justiça já havia decretado a prisão temporária do homem. Mas, segundo a polícia, não foi possível cumprir o mandado por ele estar em local incerto. Com a conclusão do inquérito policial, o delegado Alexandre Pedroso Garcia, à frente do caso, pediu a prisão preventiva do homem, que não tem prazo para ser cumprida.

Solirano de Araújo Sousa foi indiciado por tentativa de roubo com restrição de liberdade da vítima. A família do suspeito vive em São Paulo. Ele é natural do Piauí, mas o único contato que ele tinha no estado era o do pai, já falecido, de acordo com os policiais.

Ele continua foragido. As buscas da polícia se dividem em três bairros diferentes da zona leste. Os investigadores preferem ocultar detalhes para não prejudicar as investigações. As autoridades do Piauí foram avisadas sobre as buscas ao "maníaco do carro".

O UOL tentou contato com o Tribunal de Justiça de São Paulo para saber se o pedido da polícia já foi analisado. O texto será atualizado tão logo haja retorno.

Esposa do investigado revelou que ele é dependente químico

Polícia divulga identidade de homem suspeito de assediar mulheres na zona leste de SP
Polícia divulga identidade de homem suspeito de assediar mulheres na zona leste de SP Imagem: Reprodução/Instagram/Polícia Civil de SP

A esposa do investigado informou que ele faz uso de drogas, mas não é violento. Em depoimento à polícia, ela afirmou que, após ver os vídeos divulgados pela imprensa, reconheceu Solirano como sendo a pessoa que aparece nas imagens, assim como o veículo Fiat Uno de propriedade dele.

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A mulher explicou que a última vez que conversou com Solirano foi no dia 17 de setembro, por telefone. Na ocasião, o suspeito pediu para que falasse que ele se entregaria às autoridades. O homem também pediu que a chave do seu carro fosse devolvida. A partir da interceptação da ligação, os investigadores acreditam que o suspeito estava no Jardim Elba, também na zona leste.

Ela revelou ainda que no dia 14 de setembro encontrou com o marido pessoalmente, na casa da mãe dele. Após a mulher mostrar os vídeos em que ele aparecia atacando mulheres, o homem teria dito "que tentou pegar uma moça para que ela fizesse transferências Pix com o celular". As informações constam no inquérito da polícia.

Ele foi visto em público pela última vez no dia 17 de setembro. O homem aparece em imagens captadas por câmeras de segurança de uma loja de conveniência. Nas imagens, o suspeito aparece com o pé esquerdo enfaixado e usando muletas para se locomover.

O carro de Solirano foi encontrado pela polícia no dia 18 de setembro. O veículo estava abandonado na rua Professor Walter Ney, no bairro Parque São Lucas. Dentro do carro, os policiais encontraram roupas, objetos do investigado, uma faca e uma chave de fenda própria para retirar os parafusos das placas do veículo.

O investigado possui antecedentes criminais. Segundo a polícia, ele já responde criminalmente pela prática de crimes de roubo com restrição de liberdade da vítima e homicídio contra uma mulher.

Maníaco agia da mesma forma

Conhecido como "maníaco do carro", o suspeito agia sempre da mesma forma. Ele ficava perto do seu veículo à espera das vítimas em ruas da Mooca, zona leste. Em seguida, com o uso de uma faca ou chave de fenda, ele tentava agarrar as vítimas e levá-las para dentro do seu veículo.

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Sete vítimas registraram boletins de ocorrência contra o homem. Todos os casos ocorreram na zona leste da capital paulista.

Inicialmente, a polícia acreditava se tratar de um caso isolado de roubo tentado. Porém, após a repercussão das imagens nas redes sociais, mais mulheres procuraram a polícia para contar o que havia acontecido. O "maníaco" foi reconhecido por foto pelas vítimas.

Adolescente foi a primeira a denunciar maníaco. No primeiro caso que a polícia tomou conhecimento, uma jovem de 16 anos relatou o ataque em frente a uma escola na rua Manuel Onha, na Vila Oratório, zona leste. Na ocasião, ela disse que foi abordada no dia 13 de setembro por um homem que anunciou um "roubo" e a ameaçou. Contudo, a vítima conseguiu escapar e correr.

Polícia não acredita que o homem tenha sido vítima do "tribunal do crime do PCC". Comentários sobre uma suposta ação do PCC para "vingar" as vítimas do suspeito Solirano de Araújo Sousa circulam nas redes sociais. A facção teria encontrado o suspeito antes da polícia e o sentenciado à morte no "tribunal do crime". Crimes sexuais, como estupro, são repudiados pela "cartilha do crime" do PCC com pena de morte.

Em caso de violência, denuncie

Ao presenciar um episódio de agressão contra mulheres, ligue para 190 e denuncie. Caso tenha informações sobre o suspeito em questão, também há a possibilidade de contato pelo 181 — Disque Denúncia da polícia que não exige identificação.

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Casos de violência doméstica são, na maior parte das vezes, cometidos por parceiros ou ex-companheiros das mulheres, mas a Lei Maria da Penha também pode ser aplicada em agressões cometidas por familiares.

Também é possível realizar denúncias pelo número 180 — Central de Atendimento à Mulher — e do Disque 100, que apura violações aos direitos humanos.

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