Convenções começam com partidos de olho em Covas e Marta em SP
A partir de hoje, os partidos começam a realizar suas convenções para confirmar as candidaturas para a eleição municipal. Na capital paulista, o período começa com indefinições envolvendo Marta Suplicy (Solidariedade) e Bruno Covas (PSDB), pré-candidato à reeleição.
Até o dia 16 de setembro, todos os partidos precisam promover reuniões para aprovar os candidatos à Câmara dos Vereadores e indicar sua posição para a disputa majoritária.
No caso de Marta, o Solidariedade diz que até quarta-feira (2) terá uma definição sobre seu papel na eleição deste ano. Por causa da indefinição dela, que foi prefeita da cidade entre 2001 e 2004, o partido ainda não marcou a data de sua convenção.
Para onde Marta vai?
"Existe um grande curinga na eleição que é a Marta. Se a Marta disser que é candidata, aparece nas pesquisas com mais de dez pontos [de intenção de votos]. E aí bagunça tudo [o cenário]", diz Pedro Nepomuceno, presidente municipal do Solidariedade e subprefeito de Santana-Tucuruvi. "A decisão vai partir dela. A gente quer muito que ela dispute [como cabeça de chapa]."
Hoje, dentro do partido de Marta, há defensores de todas as possibilidades: candidatura própria, vice de Covas e vice do ex-governador paulista Márcio França (PSB). As principais lideranças do partido, porém, preferem que ela dispute a prefeitura.
Na semana passada, em uma conversa transmitida ao vivo nas redes sociais com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), Marta defendeu uma frente ampla desde já. "Em São Paulo, nós já deveríamos começar esse movimento de frente ampla. [No sentido do] conceito de que nós temos forças políticas que são contra o que está aí, esse desmonte autoritário que nós estamos vendo, e que aponte já em direção a 2022."
Em razão de acenos de França em direção ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), a possibilidade de uma aliança da ex-prefeita com o ex-governador ficou mais distante. Mas, se Marta decidir não ser candidata nesta eleição, o Solidariedade pode avaliar uma aliança com o pré-candidato do PSB.
As opções estariam voltadas para uma movimentação política ampla, mirando na eleição nacional de daqui a dois anos.
"Chamamento nacional" no PSDB
Se Marta defende a frente ampla, no PSDB o discurso será de reafirmar a política em um "momento em que o país não tem rumo, em que as instituições estão fragilizadas". "A ideia é a gente fazer até um chamamento até de ordem nacional, chamar personalidades do partido, de outros estados", diz o presidente municipal do PSDB, Fernando Alfredo, ao explicar o objetivo da convenção do partido.
Para o dia 12 de setembro, quando será realizada a reunião virtual, são esperados discursos, via internet, de nomes como Rodrigo Maia (DEM), presidente da Câmara dos Deputados, ACM Neto (DEM), presidente nacional do partido aliado e prefeito de Salvador, do governador gaúcho Eduardo Leite (PSDB), entre outros. Apesar de os discursos serem transmitidos online, a votação tucana, mais cedo, será presencial, mas vai acontecer em ao menos nove pontos da capital, com possível escalonamento de horário dos votantes.
"A ideia do diretório municipal é resgatar alguns preceitos que a sociedade tinha deixado de lado ao desacreditar no político. Vamos fazer questão de afirmar o compromisso político do partido com a sociedade, de que os políticos, sim, são bons", comenta Alfredo. "Para mostrar que é uma geração nova que tem muito orgulho de fazer política."
E o vice?
Sobre a posição de vice, Alfredo diz que não participa das negociações, mas que Covas é visto como "a noivinha da vez". Ele reforçou que, no momento, o prefeito quer fechar é o leque de alianças. Atualmente, o PSDB conta com o apoio de oito partidos: DEM, Podemos, MDB, PSC, Progressistas, PL, PROS, Cidadania. E é possível que o PV também entre nesse grupo.
Nos bastidores do partido, apesar da movimentação e das conversas entre os grupos de Marta e Covas e de seus partidos, a efetivação da chapa entre os dois é vista como difícil, tendo pouca aceitação por parte dos tucanos.
O mais provável é que o vice seja do próprio PSDB, saindo de uma lista que tem os nomes dos ex-deputados federais Ricardo Tripoli e José Aníbal e da senadora Mara Gabrilli. Entre os três, a tendência é que seja Tripoli, pela proximidade com Covas e por sua articulação partidária e política.
Candidaturas podem mudar?
A deliberação na convenção pode deixar em aberto a possibilidade de mudanças futuras.
"É comum que, nas atas das convenções partidárias, sejam delegados poderes à Comissão Executiva para decidir assuntos referentes à formação das coligações, eventual substituição de candidatos nas chapas majoritária e proporcional e preenchimento de vagas remanescentes", lembra o especialista em direito eleitoral e doutor pela UFPR (Universidade Federal do Paraná) Luiz Fernando Casagrande Pereira.
Dessa forma, o suspense sobre o real quadro para a disputa na capital paulista deverá perdurar até o fim do período de registro de candidaturas, que acaba em 26 de setembro.
Confira as datas das convenções dos partidos*:
- Democratas: 31 de agosto
- PSD: 31 de agosto
- PRTB: 31 de agosto
- PSL: 31 de agosto
- Cidadania: 3 de setembro
- Podemos: 5 de setembro
- Novo: 5 de setembro
- PV: 5 de setembro
- PSOL: 5 de setembro
- PCdoB: 5 de setembro
- PL: 6 de setembro
- DC: 7 de setembro
- Patriota: 7 de setembro
- PSC: 9 de setembro
- PSB: 11 de setembro
- MDB: 11 de setembro
- PSDB: 12 de setembro
- PT: 12 de setembro
- PTB: 12 de setembro
- PDT: 12 de setembro
- PSTU: 12 de setembro
- PTC: 13 de setembro
- PMB: 13 de setembro
- PCB: 14 de setembro
- UP: 14 de setembro
- Rede: 15 de setembro
- Republicanos: 16 de setembro
- Avante: indefinido (10 ou 12 de setembro)
- Progressistas: indefinido (provavelmente 16 de setembro)
- Solidariedade: indefinido (5 ou 14 de setembro)
- PMN: indefinido (6 ou 13 de setembro)
- PROS: não marcada
- PCO: não informou
* As datas estão sujeitas a alterações.
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