Crivella faz visita-relâmpago a UTI pediátrica inaugurada há um mês
Em meio à campanha pela reeleição, o prefeito do Rio, Marcelo Crivella (Republicanos), fez hoje uma visita relâmpago a uma UTI pediátrica inaugurada por ele mesmo há pouco mais de um mês. Ele tenta se desvincular de críticas à administração da saúde em sua gestão.
A justificativa oficial da agenda, segundo comunicado à imprensa, era genérica: visitar a instalação de saúde. Contudo, a vistoria do prefeito à UTI pediátrica durou aproximadamente dez minutos.
Crivella chegou por volta das 15h15 ao Hospital Municipal Souza Aguiar, principal unidade de saúde da capital, localizada no centro. Imediatamente, entrou no prédio acompanhado por uma comitiva de cerca de 15 pessoas, incluindo os secretários Beatriz Busch (Saúde) e Sebastião Bruno (Infraestrutura).
Apesar disso, jornalistas foram proibidos de segui-lo sob a alegação de que havia risco de contaminação dos pacientes. A assessoria de imprensa da prefeitura afirmou na ocasião que apenas a secretária de Saúde havia entrado com o prefeito na UTI pediátrica da unidade.
Crivella participou da inauguração da mesma UTI pediátrica em 4 de agosto, reta final do prazo para esse tipo de evento, segundo o TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Desde 15 de agosto, candidatos estão proibidos de participar de inaugurações de obras.
Ao gravar um vídeo para suas redes sociais no local, o prefeito exaltou a obra, chamando-a de "instalação excepcional", "lugar espetacular" com uma "equipe enorme".
Segundo a prefeitura, Crivella "fez uma visita à UTI pediátrica para verificar seu funcionamento. As imagens são institucionais".
Inelegível, Crivella aposta em advogado de Bolsonaro no TSE
Condenado à inelegibilidade até 2026 pelo TRE-RJ (Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro) na semana passada, Crivella contratou o advogado Admar Gonzaga, ex-ministro do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), para comandar sua defesa na Corte.
Admar é advogado e um dos principais conselheiros do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na área jurídica. Ele teve papel importante na tentativa de tirar do papel, sem sucesso, o Aliança pelo Brasil, partido que Bolsonaro não conseguiu criar a tempo para as eleições deste ano.
Segundo Crivella, ele o ex-ministro se tornaram amigos durante os 16 anos em que ele esteve no Senado.
"Eu pedi ao ministro Admar no TSE porque ele foi ministro lá muitos anos. Ele coincidentemente também ajuda o presidente Jair Bolsonaro. O convidei porque já o conhecia. Tenho certeza que a defesa vai ser muito mais do que formal, será com convicção", disse.
Crivella e Admar Gonzaga realizaram uma transmissão ao vivo nas redes sociais na noite de ontem para falar do processo. Neste terça (29), o prefeito seguiu a estratégia de alegar que o TRE-RJ tomou uma decisão política ao condená-lo.
"O TSE está longe desse dilúvio de ódios e paixões da política municipal. Aqui [no Rio] as coisas fervem", afirmou Crivella.
Questionado pelo UOL se os sete julgadores que o condenaram por unanimidade no TRE-RJ tinham sido afetados por esses "ódios e paixões", o prefeito recuou.
"Não é o TRE que tem o dilúvio de ódios e paixões, é a cidade. Aqui existem todos os partidos. Estou dizendo que isso tudo de alguma forma influi na eleição. Nós somos seres humanos, é natural. Eu tenho o maior respeito pelo TRE e pelo Claudio Brandão (presidente do Tribunal)."
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