Boulos entra na Justiça por suspensão de pesquisa que diz favorecer França
Guilherme Boulos (PSOL), candidato a prefeito de São Paulo, entrou na Justiça Eleitoral hoje contra uma pesquisa programada para ser divulgada na sexta-feira alegando que haveria uma indução a escolher o candidato Márcio França (PSB). A justificativa é que, antes da pergunta em qual candidato a prefeito o eleitor votaria, há um questionamento sobre em quem a pessoa votou na eleição para governador em 2018: João Doria ou França.
A campanha de Boulos diz que a pessoa fica induzida a indicar que votaria no candidato do PSB para a Prefeitura de São Paulo. Outra reclamação é que a data de divulgação é sexta-feira, mesmo dia em que será conhecido o resultado de uma nova rodada de pesquisa Ibope. Seria uma maneira de embaralhar os resultados.
Coordenador da campanha de França, Anderson Pomini declarou que não vê ilegalidades e não acha que o pedido de impugnação será aceito pela Justiça. Ele acrescentou que o PSDB já fez um pedido neste sentido e não obteve sucesso. "Não vejo qualquer irregularidade, não há qualquer indução."
A respeito das reclamações da campanha de Boulos, Pomini afirmou que considera uma reação natural e que ocorre, em especial, quando o resultado desta pesquisa não agrada. O levantamento foi encomendado e realizado pela Badra Comunicação.
Consultor em análise de pesquisa de opinião da Badra, Maurício Juvenal não considera que a ordem das perguntas induz o eleitor. Ele explicou que a pergunta sobre o voto a governador em 2018 foi incluída porque, dois anos depois, um dos candidatos está na disputa pela prefeitura. A intenção é saber como vota agora quem na outra eleição escolheu Doria e como vota quem à época estava com França.
A campanha de Boulos vê ligação entre a agência que realizou a pesquisa e o candidato do PSB. Justifica que a Badra é uma agência que já prestou serviços para França. Trata-se de uma referência a um vídeo de divulgação postado no Youtube de um evento ocorrido na Praça Charles Miller, em frente ao estádio Pacaembu.
Juvenal não concorda que exista vínculo e menciona que a empresa tem diversos clientes. Ele cita trabalhos para candidatos do PT, PSDB, PSB, MDB e PL em cidades como Diadema, Mongaguá, São Vicente e Guarulhos, todas no estado de São Paulo.
"No próprio TSE, consta que estamos fazendo pesquisa em mais de 20 cidades. Não fico revoltado. Fico triste com a postura do Boulos que julga sem conhecer. Somos imparciais", respondeu por mensagem de WhatsApp.
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