As 55 cadeiras da Câmara Municipal de São Paulo estão concorridas este ano: 1.997 candidatos a vereadores se aventuram na eleição de 2020, um aumento de 51,8% em relação a 2016. O dinheiro para financiar essas campanhas, no entanto, está concentrado: 14% de toda a verba recebida por meio de doações chegaram aos cofres das campanhas de apenas cinco postulantes.
Até o dia 25 de outubro, data da primeira parcial de prestação de contas, os candidatos a vereador em São Paulo receberam um total de R$ 46 milhões em doações. Cinco deles ficaram com R$ 6,4 milhões, dinheiro principalmente público, repassado pelos partidos políticos por meio do Fundo Eleitoral e do Fundo Partidário.
A diferença entre os fundos
- Fundo Partidário: depende do desempenho do partido na eleição para a Câmara dos Deputados;
- Fundo Eleitoral: criado em 2017, após a proibição de doações de pessoas jurídicas pelo STF (Supremo Tribunal Federal), é alimentado pelo Tesouro Nacional.
O campeão é Milton Leite
Com R$ 2,3 milhões, ninguém recebeu mais doação do que o candidato à reeleição Milton Leite (DEM), ex-presidente da Câmara e seis vezes vereador na capital.
Sua campanha contabilizou mais dinheiro do que dez dos 14 candidatos a prefeito. Só ficou atrás de Bruno Covas (PSDB), com R$ 7,8 milhões, Jilmar Tatto (PT), com R$ 4,8 milhões, Guilherme Boulos (PSOL), com R$ 2,7 milhões, e Márcio França (PSB), com R$ 2,4 milhões.
A maior parte da verba foi repassada a Leite pelo partido: R$ 1,9 milhão saiu do Fundo Eleitoral e R$ 300 mil do Fundo Partidário. O próprio vereador ainda doou para si mesmo R$ 140 mil.
Segundo sua assessoria, Leite recebeu mais dinheiro porque é "puxador de votos do Democratas". "O valor é equivalente ao das eleições anteriores."
Logo depois dele, aparece o candidato a vereador Abou Anni Filho, que recebeu do PSL R$ 2,08 milhões. Ao UOL, ele disse se tratar de um engano e que retornou R$ 1,7 milhão do valor, embora o total ainda conste na base do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Além dessa verba, a doação mais vultosa que recebeu saiu do bolso da família. Seu pai, o deputado federal Paulo Sérgio Abou Anni (PSL-SP), lhe doou R$ 43 mil, enquanto o irmão Vitor Abou Anni transferiu R$ 40 mil.
O ranking paulistano é formado ainda pelos vereadores Henrique Krigner (PP), com R$ 876 mil recebidos, e André Santos (Republicanos), com R$ R$ 627 mil.
Krigner recebeu só do diretório estadual (Fundo Eleitoral) R$ 650 mil. O caixa engordou de vez com os R$ 220 mil que recebeu de diferentes doadores. Segundo a campanha do candidato os critérios de doação "foram definidos na convenção partidária".
"No entanto, o candidato tem priorizado recursos doados por apoiadores privados. Por fim, salienta que valoriza a transparência e diariamente atualiza sua relação de entradas e saídas na plataforma oficial do TSE", diz em nota.
Já André Santos obteve R$ 580 mil do diretório estadual e mais R$ 15,7 mil do municipal. A maior doação física que recebeu foi de R$ 11,3 mil.
Em quinto surge Carlos Cavalcante de Souza (Republicanos), com R$ 505,8 mil recebidos em doação até agora. Desse total, 96%, ou R$ 490 mil, saíram do Fundo Eleitoral por meio do diretório estadual do Republicanos.
Procurados, apenas a assessoria de André Santos respondeu. Assim como Milton Leite, disse que "não há prejuízo aos demais candidatos" porque "toda votação obtida pelo candidato gera coeficiente eleitoral para toda a chapa", diz nota oficial que também atribui os repasses ao vereador "em atendimento à cota racial".
É que este ano o Supremo decidiu que os partidos devem distribuir a verba do Fundo Eleitoral de acordo com a proporção de negros que concorrem ao pleito.
Eleições à Prefeitura de São Paulo 2020
1 / 13
Atual prefeito da cidade de São Paulo, o tucano Bruno Covas (PSDB) também é advogado e economista. Foi deputado federal, entre 2015 e 2016, e estadual, de 2007 a 2014. Candidato à reeleição, ele tem apoio de dez partidos em sua coligação. Seu vice é o vereador Ricardo Nunes (MDB)
Leia mais Bruno Escolastico/Photopress/Estadão Conteúdo 2 / 13
Joice Hasselmann (PSL) é jornalista, escritora e deputada federal, conseguindo em 2018 mais de 1 milhão de eleitores. Escolheu como seu candidato a vice o empresário Ivan Leão Sayeg, herdeiro da Casa Leão Joalheria, também do PSL
Leia mais Fátima Meira/Futura Press/Estadão Conteúdo 3 / 13
Empresário, radialista e político brasileiro, Andrea Matarazzo foi escolhido pelo PSD. De 1999 a 2001, foi ministro-chefe da Secretaria de Comunicação no governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e secretário de Subprefeituras de São Paulo, entre 2006 e 2008, na gestão de Gilberto Kassab (PSD). Marta Costa (PSD) é sua vice
Leia mais Bruno Santos/Folhapress 4 / 13
Orlando Silva (PCdoB) exerceu o cargo secretário Nacional de Esporte Educacional no governo Lula (PT), foi secretário-executivo do Ministério do Esporte e, em 2006, foi empossado como ministro da pasta. Atualmente é deputado federal por São Paulo. A enfermeira Andrea Barcelos (PCdoB) é a candidata a vice na chapa
Leia mais Najara Araújo/Câmara dos Deputados 5 / 13
Márcio França (PSB) é ex-governador de São Paulo de 2018 até 2019. Assumiu o cargo após Geraldo Alckmin (PSDB) renunciar para concorrer à Presidência. Nas eleições ao governo, obteve mais de 10 milhões de votos, mas perdeu a disputa para João Doria (PSDB). Também foi prefeito de São Vicente, no litoral de São Paulo, por duas vezes, em 1996 e em 2000. Seu vice é Antonio Neto (PDT)
Leia mais Karime Xavier/Folhapress 6 / 13
Guilherme Boulos (PSOL) é coordenador do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) e da Frente Povo sem Medo. Foi candidato à Presidência da República pelo PSOL em 2018, mas não passou ao segundo turno. Sua vice na chapa é a deputada Luiza Erundina, também do PSOL
Leia mais Danilo Verpa/Folhapress 7 / 13
Escolhido pelo PT, Jilmar Tatto foi deputado federal de 2007 a 2015 e secretário de Transportes e de Abastecimento de São Paulo nas gestões de Fernando Haddad e Marta Suplicy. Seu vice é o deputado federal Carlos Zarattini, também do PT
Leia mais Divulgação 8 / 13
Especializado em defesa do consumidor --fez carreira na TV com um quadro sobre o assunto--, Celso Russomanno é jornalista e bacharel em direito pela Faculdade de Direito de Guarulhos (SP). Seu partido se aliou ao PTB, que ganhou a posição de vice na chapa com o ex-presidente da OAB-SP Marcos da Costa
Leia mais Reprodução/Facebook 9 / 13
Formada em administração pública pela FGV (Fundação Getulio Vargas), Marina Helou está em seu primeiro mandato como deputada estadual. Em 2018, ela obteve cerca de 40 mil votos em São Paulo. A Rede fará chapa pura, tendo como vice o jornalista e empreendedor social Marco Dipreto
Leia mais Arquivo Pessoal 10 / 13
Escolhido pelo Patriota, Arthur do Val é empresário, youtuber, conhecido pelo pseudônimo de "Mamãe Falei", e um dos líderes do movimento MBL. Em 2018, foi o segundo deputado estadual mais votado de São Paulo. Sua vice é Adelaide Oliveira, ex-porta-voz do movimento Vem pra Rua
Leia mais Carine Wallauer/UOL 11 / 13
José Levy Fidelix da Cruz é político, empresário, jornalista e publicitário brasileiro, fundador do Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB). Ficou conhecido pela autoria do projeto do aerotrem, trem-bala entre Campinas, São Paulo e Rio. Foi pré-candidato à Presidência em 2018, mas desistiu em prol da chapa Jair Bolsonaro-Hamilton Mourão
Leia mais Reprodução/Facebook 12 / 13
Membro da executiva nacional do Partido da Causa Operária, Antonio Carlos Silva também é um dos seus fundadores, além de ser responsável pela Corrente Sindical Causa Operária. Fez parte do movimento que defendia a liberdade do ex-presidente Lula (PT). Seu vice é Henrique Áreas (PCO)
Leia mais Divulgação 13 / 13
Escolhida pelo PSTU, Vera Lúcia Salgado foi candidata à Presidência em 2018. Fundadora do PSTU, também é a presidente do partido em Sergipe. Seu vice é o professor de história Lucas Shimabukulo (PSTU)
Leia mais Reprodução/Facebook
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.