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Líder nas pesquisas, Bruno Reis falta a debate em Salvador e vira alvo

Hilton Coelho, Pastor Sargento Isidório e João Bacelar no debate em Salvador - Divulgação
Hilton Coelho, Pastor Sargento Isidório e João Bacelar no debate em Salvador Imagem: Divulgação

Aurelio Nunes

Colaboração para o UOL, em Salvador

05/11/2020 00h08

Apontado como favorito nas pesquisas, o atual vice-prefeito, Bruno Reis (DEM), não compareceu ao terceiro e último debate entre candidatos a prefeito de Salvador, realizado hoje pela Associação Bahiana de Imprensa (ABI) e pela seção Bahia da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-BA).

Bruno Reis havia participado dos dois eventos anteriores, promovidos pela Band, no dia 1º de outubro, e pela TVE, no dia 24 do mesmo mês, quando a vantagem em relação aos adversários era menor.

Estiveram presentes Major Denice (PT), Olívia Santana (PCdoB), Pastor Sargento Isidório (Avante), Bacelar (Podemos), Hilton Coelho (PSOL) e Celsinho Cotrim (PROS), além dos estreantes Cezar Leite (PRTB) e Rodrigo Pereira (PCO). Os dois últimos não haviam sido convidados anteriormente porque seus partidos não contam com uma bancada de cinco parlamentares no Congresso Nacional.

Os outros oito adversários lamentaram a ausência do candidato do DEM, de maneiras diferentes.

"Seria muito importante que o candidato fujão estivesse aqui, que covardia! Ainda dá tempo, eu sei que você está morrendo de medo, mas venha para o debate, Bruno Reis. Além de mentiroso você é fujão", disse Hilton Coelho.

"A prática de Bruno Reis é a mesma do presidente que o apoia. Enquanto tiver Bolsonaro na Presidência da República, não tem solução para Salvador", emendou Rodrigo Pereira.

Major Denice aproveitou a oportunidade para, a um só tempo, reeditar a dobradinha com Bacelar, "levantando a bola" para o colega da base de apoio ao governo estadual enaltecer o trabalho de Rui Costa na mobilidade urbana de Salvador e criticar o maior adversário. "Essa pergunta se adequaria melhor ao Bruno Reis, mas, diante de sua lamentável ausência, farei ao queridíssimo e charmoso Bacelar", ironizou.

Diferentemente do que ocorreu nas edições anteriores, a maior pate das perguntas do debate da ABI/OAB não foi feita pelos candidatos, mas por jornalistas dos maiores veículos de imprensa da Bahia. O formato do programa permitiu uma variação maior de temas e, em alguns momentos, até o embate ideológico entre os oponentes.

"O fervor da sua crítica a ACM Neto passou despercebido na sua atuação parlamentar. Fui vereador e vi você na tribuna defendendo todas as politicas perversas da prefeitura, inclusive a ação militarizada da guarda civil contra as pessoas em situação de rua", disse Hilton Coelho a Cezar Leite.

"Você falta com a verdade e com a honestidade. Votei contra o prefeito quando ele aumentou em R$ 5 milhões o orçamento do gabinete municipal. O senhor deveria ter mais responsabilidade", rebateu Leite.

"A senhora tem um vice que é do PP, partido que está com o governo Bolsonaro, o vice da comunista Olivia Santana é um dos maiores grileiros da Bahia", criticou Rodrigo Pereira.

"Temos que reconhecer o pacto federativo, lutar pelos direitos de nossa cidade. Sou de oposição ao presidente Jair Bolsonaro, mas no comando da Salvador vou buscar aquilo que é de direito da nossa cidade, articular a busca de financiamento em organismos internacionais, liderar projeto de captação financeira, não basta constatar a frustração pela situação da cidade", devolveu Olívia.

Alguns problemas técnicos na geração de som e imagens provocaram situações inusitadas. Logo após a primeira pergunta, a transmissão foi paralisada por mais de dez minutos, o que acabou obrigando a TVE a interromper a retransmissão antes que os candidatos fizessem suas considerações finais.

Preterido pela maioria dos inquiridores, Pastor Sargento Isidório ensaiou um "protesto musical", que motivou Cezar Leite a abrir mão do tempo de comentar a resposta de outro adversário.

Mas o momento mais hilário da noite foi quando a mediadora Suely Temporal cortou a fala de Rodrigo Pereira por tempo excedido para, entre os risos de todos os presentes, arrematar: "O seu áudio falhou, vamos repetir a sua resposta".