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Schelp: Datafolha mostra que eleitores não vão tornar as eleições nacionais

Colaboração para o UOL, de São Paulo

05/11/2020 21h03

Os resultados da pesquisa Datafolha com as intenções de voto para as eleições municipais de 2020 mostram que os eleitores não irão "nacionalizar" a escolha na urna. A avaliação foi feita pelo colunista do UOL Diogo Schelp durante o podcast Baixo Clero #64 apresentado por Carla Bigatto e com participação dos colunistas do UOL Carla Araújo.

"Os eleitores não compraram essa história de nacionalizar as eleições municipais, ou de tornar essa eleição uma antecipação das eleições de 2022. (...) Os assuntos têm sido as cidades e os problemas das cidades. Os eleitores querem saber quem vai ser capaz de resolver seus problemas. A gente pode ver que os candidatos que puxam mais para o lado ideológico, como no caso de Joice Hassellmann e Arthur do Val em São Paulo, não estão desempenhando bem. No fim das contas, a gente tem que pensar no que os eleitores querem", disse. (Ouça a partir do minuto 12:00)

A pesquisa Datafolha, divulgada hoje, mostra Celso Russomanno (Republicanos) com intenções de voto a 16%, na última pesquisa apresentava 20%. O candidato agora divide a segunda colocação junto com Guilherme Boulos (PSOL) e Márcio França (PSB). A rejeição do candidato pelo Republicanos aumentou, agora atingindo 47%. Na última pesquisa, a rejeição era de 38% (20 e 21 de outubro). O atual prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB) vai a 28% e se isola em 1º lugar nas intenções de votos.

Segundo Schelp, a associação ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) não tem ajudado nas pretensões eleitorais dos candidatos.

"Em São Paulo, temos Russomanno associando-se ao Bolsonaro. No Rio, Crivella também tem tentado buscar no Bolsonaro um apoio, uma maneira de subir nas pesquisas. Apesar de o Crivella ter crescido um pouco, não dá para dizer que é algo que tenha aumentado muito as chances dele frente ao Eduardo Paes. A verdade é que é muito mais fácil transferir rejeição do que carisma, e Bolsonaro tem rejeição crescente, tanto em São Paulo, como no Rio de Janeiro." (Ouça a partir do minuto 11:07)

Ainda sobre a 'nacionalização' das eleições municipais, o Chefe de reportagem do UOL Notícias, Marcos Sergio Silva disse que o eleitor não costuma "comprar o discurso nacional".

"Outro dia, fiz até mesmo um exercício sobre as eleições de São Paulo: quantas vezes o candidato governista venceu? A única vez foi em 2012, e não foi propriamente porque o candidato governista era apoiado pela presidente de então. Venceu porque a rejeição do outro candidato era muito alta. Estou falando, claro, de 2012, de Fernando Haddad, que era apoiado por Dilma Rousseff", disse. (Ouça a partir do minuto 13:18)

Debate com 4 melhores colocados será mais dinâmico

O UOL fará debate com os candidatos à Prefeitura de São Paulo, em um modelo dinâmico com os melhores colocados na pesquisa. Marcos Sergio Silva, chefe de reportagem do UOL Notícias, participou do podcast e explicou como será o debate com os candidatos à Prefeitura.

"Essa pesquisa definiu que Bruno Covas, Celso Russomanno, Márcio França e Guilherme Boulos todos têm as condições numéricas, de acordo com o Datafolha, de participar desse debate na próxima semana", contou.

Baixo Clero está disponível no Spotify, na Apple Podcasts, no Google Podcasts, no Castbox, no Deezer e em outros distribuidores. Você também pode ouvir o programa no YouTube. Outros podcasts do UOL estão disponíveis em uol.com.br/podcasts.