Boulos diz que não vai lotear cargos para ter apoio: 'Não sou Bolsonaro'
Em sua chegada ao debate do UOL/Folha, o candidato a prefeito de São Paulo Guilherme Boulos (PSOL) manifestou surpresa com a decisão da Justiça de suspender a publicação de pesquisa Datafolha a pedido do candidato Celso Russomanno (Republicanos). Ao UOL, Boulos afirmou também que não pretende lotear cargos se chegar ao poder e que buscará diálogo em vez de repressão contra futuras manifestações.
"É uma vergonha [a censura à pesquisa Datafolha]", afirmou o candidato. "Revela o medo do Russomanno, porque ele sabe que estamos na frente dele".
Segundo Boulos, o pedido de Russomano "não surpreende". "O que me surpreende é a postura da Justiça em acatar o pedido e proibir uma pesquisa feita há anos com a mesma metodologia."
Manifestações
Réu sob acusação de destruir patrimônio público em protesto, Boulos também afirmou que deve tratar futuros manifestantes sem precisar recorrer à polícia.
"Eu sou coerente, tenho lado e vou respeitar as manifestações", disse. "Protesto é direito básico em democracias."
"Não sou Bolsonaro"
Questionado sobre a dificuldade em governar sem maioria na Câmara, o candidato afirmou que pretende "eleger uma bancada enorme para ter uma base sólida".
"Não sou Bolsonaro [que loteou cargos para o centrão]. Não vou mandar prender ministro do Supremo. É preciso diálogo e vou dialogar com todos."
Os principais candidatos à Prefeitura de São Paulo participam hoje de debate promovido pelo UOL, em parceria com a Folha de S.Paulo. O evento será das 10h às 11h30, com transmissão ao vivo.
Os quatro primeiros colocados na mais recente pesquisa Datafolha, divulgada na quinta-feira passada (5), foram convidados: Bruno Covas (PSDB), atual prefeito e que busca a reeleição, Celso Russomanno (Republicanos), Guilherme Boulos (PSOL) e Márcio França (PSB), todos empatados tecnicamente, dentro da margem de erro.
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