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Último horário eleitoral em SP opõe experiência a promessas

Os quatro candidatos mais bem colocados nas pesquisas de intenção de voto para prefeito de São Paulo durante o debate do UOL, nesta quarta (11) - Mariana Pekin/UOL
Os quatro candidatos mais bem colocados nas pesquisas de intenção de voto para prefeito de São Paulo durante o debate do UOL, nesta quarta (11) Imagem: Mariana Pekin/UOL

Marcelo Oliveira

do UOL, em São Paulo

12/11/2020 21h45

A depender do último programa do horário eleitoral obrigatório em São Paulo, o eleitor não saberá se a cidade é governada por um prefeito experiente, que segundo seus eleitores defende os pobres, mas que reconhece "que nem tudo está arrumado", e quer mais quatro anos para fazer mais, ou uma cidade cheia de problemas que serão resolvidos pelas promessas de seus adversários.

Como de praxe, a cidade mostrada pelo atual prefeito, Bruno Covas (PSDB), candidato à reeleição, é uma. A exibida por seus adversários, é outra. Para o eleitor, do outro lado da tela, o que se viu foi a oposição da experiência alegada pelo atual prefeito e as promessas de seus adversários, que têm muito menos tempo que ele no horário eleitoral.

Covas mostrou obras, falou que está há apenas dois anos e meio no cargo, mas que dá para fazer mais. Para encerrar, eleitores teceram dezenas de elogios a ele.

Os candidatos que, segundo as pesquisas, estão tecnicamente empatados em segundo lugar e buscam um lugar no segundo turno: Guilherme Boulos (PSOL), Celso Russomanno (Republicanos) e Márcio França (PSB) tentaram usar o tempo que tiveram para dizer que são diferentes de Covas, mas não atacaram adversários e foram propositivos.

Russomanno, num tom mais abaixo que em seus programas de TV, pediu o voto dos eleitores e prometeu uma série de auxílios para a população, a retomada do Leve Leite e "apoio" para motoristas de aplicativo, taxistas e motoboys.

França, que governou o Estado de São Paulo entre abril e dezembro de 2018, substituindo Geraldo Alckmin — que renunciou para concorrer à Presidência—, e perdeu a eleição de governador para João Doria (PSDB), tentou se colocar como diferencial e foi fatalista: "O tempo para digitar 40 na urna é o tempo para mudar a sua vida pelos próximos 4 anos".

Boulos, o candidato com menos tempo entre os quatro mais bem colocados nas pesquisas, disse que São Paulo não suporta mais as fake news e terminou seus 17 segundos com o slogan de que "a esperança vai vencer o ódio". Ele promete ficar 24 h ao vivo nas redes sociais amanhã, interagindo com eleitores.

Tatto (PT) prometeu governar para a periferia, Joice (PSL) disse que encontrou amor em São Paulo e que ama a cidade e Arthur do Val (Patriota) disse para os eleitores acreditarem no que veem, não em pesquisas.