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Assessor de Bolsonaro faz autocrítica sobre eleições: "aprender com erros"

Filipe Martins é assessor internacional da Presidência - Reprodução/Twitter
Filipe Martins é assessor internacional da Presidência Imagem: Reprodução/Twitter

Do UOL, em São Paulo

16/11/2020 07h40Atualizada em 02/02/2021 07h27

O assessor especial para Assuntos Internacionais do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), Filipe Martins, escreveu uma mensagem no Twitter fazendo autocrítica em relação às eleições municipais de 2020. Candidatos apoiados por Bolsonaro tiveram resultado fraco nas urnas ontem.

Na avaliação de Filipe Martins, considerado um dos expoentes da chamada área ideológica do Governo, "a esquerda se renovou e assimilou as lições de 2018" e o preço a ser pago pode ser ainda maior pela sua ala política.

"Enquanto batíamos cabeça para fazer o básico e tentar nos organizar, a esquerda se renovou, assimilou as lições de 2018 e soube usar a internet e a nova realidade política a seu favor. Ou fazemos a devida autocrítica, ou nossos erros cobrarão um preço ainda maior no futuro", escreveu.

Depois, Filipe apresentou dez tópicos sua avaliação sobre o desempenho do que classificou como conservadorismo nas eleições, apontando que a vitória de Bolsonaro em 2018 foi conquistada em meio a uma circunstância específica e é preciso aprender com os erros. Ele apontou a falta de uma estrutura partidária e de base da direita nos municípios como fatores para o resultado.

Veja a avaliação completa na sequência de tuítes:

A avaliação destoa da apresentada por Bolsonaro na noite de ontem. Ignorando o fato de que vários candidatos que apoiou tiveram maus resultados nas urnas, o presidente afirmou que a esquerda sofreu uma "histórica derrota, numa clara sinalização de que a onda conservadora chegou em 2018 para ficar".

Apesar de postado - e depois apagado - uma mensagem com números de candidatos que apoiava e de ter feito durante a última semana gestos mais fortes de apoio, Bolsonaro ainda disse que "a ajuda a alguns poucos candidatos a prefeito resumiu-se a 4 lives num total de 3 horas".

Entre os principais nomes apoiados pelo presidente, apenas Capitão Wagner (Pros), em Fortaleza, teve um bom desempenho no primeiro turno concorrendo à prefeitura local. O candidato teve 33,32% dos votos e avançou para o segundo turno contra Sarto Nogueira (PDT), que teve 35,72%.

Em Manaus, Recife e Belo Horizonte, os candidatos apoiados por Bolsonaro não avançaram ao segundo turno. Em São Paulo, Celso Russomanno (Republicanos) foi a maior decepção. Depois de começar liderando as primeiras pesquisas eleitorais, o candidato ficou em quarto com 10,5% na última parcial de apuração, com mais de 99% das urnas apuradas.

No Rio de Janeiro, o atual prefeito Marcelo Crivella (Republicanos) avançou ao segundo turno, mas com percentual de votos distante do primeiro colocado Eduardo Paes (DEM), com mais de 15% separando os dois candidatos que vão ao segundo turno.