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Pela 3ª vez, Russomanno larga à frente, desidrata e cai no 1º turno em SP

11 nov. 2020 - Candidato à prefeitura de São Paulo Celso Russomanno (Republicanos) participa de debate promovido pelo UOL e Folha de S.Paulo - Mariana Pekin/UOL
11 nov. 2020 - Candidato à prefeitura de São Paulo Celso Russomanno (Republicanos) participa de debate promovido pelo UOL e Folha de S.Paulo Imagem: Mariana Pekin/UOL

Carolina Marins

Do UOL, em São Paulo

16/11/2020 00h12

Pela terceira vez, Celso Russomanno (Republicanos) concorreu à Prefeitura de São Paulo. E pela terceira vez, derreteu às vésperas do primeiro turno, não avançando para o segundo. O candidato viveu a mesma situação em 2012 e 2016. Bruno Covas (PSDB) e Guilherme Boulos (PSOL) disputarão, daqui a duas semanas, o segundo turno das eleições paulistanas.

Russomanno começou à frente nas primeiras pesquisas de intenção de voto. Em setembro, a pesquisa Datafolha o mostrava liderando com 29% das intenções de voto, seguido por Covas e com Boulos e Márcio França (PSB) empatados.

A diferença entre Russomanno e Covas diminuiu, o atual prefeito passou a liderar a corrida e na pesquisa de ontem liderava com 37% das intenções de voto. O candidato do Republicanos derreteu a 13% e aparecia empatado tecnicamente com Boulos e França, mas numericamente atrás de ambos.

Em 2016, Russomanno também despontou na frente e terminou com 13%, atrás do então prefeito Fernando Haddad (PT), em um pleito que elegeu João Doria (PSDB) já no primeiro turno. Já em 2012, ele terminou em terceiro com 21% dos votos e ficou longe do segundo turno entre Haddad e José Serra (PSDB) que culminou na vitória do petista.

A queda do candidato do Republicanos foi mais acentuada entre eleitores com escolaridade fundamental, entre os mais pobres, com renda familiar de até 2 salários mínimos e entre evangélicos, de acordo com o Datafolha.

A campanha de Russomanno este ano recebeu um elemento a mais: sua candidatura teve o apoio do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). O candidato, inclusive, adotou algumas das táticas que elegeu o presidente em 2018, como se colocar como um "outsider" e utilizar as redes para disseminar fake news contra adversários.

De carona na rejeição a Bolsonaro

Se por um lado o apoio de Bolsonaro chamou mais atenção para o candidato este ano, também trouxe enorme rejeição que tem o presidente. Segundo o Datafolha, Bolsonaro tem uma rejeição de 50% na capital paulista.

Ontem, Russomanno atingiu a exata mesma porcentagem de rejeição. Quando questionados sobre em qual candidato não votaria de maneira alguma, ele liderou, seguido por Joice Hasselmann (PSL) com 33% e Bruno Covas com 25%.

A estratégia de utilizar um padrinho político não pareceu dar muito certo nessa eleição. Outro candidato que utilizou foi o petista Jilmar Tatto que contou com o apoio do ex-presidente Lula (PT) e sua campanha não esquentou. Os demais candidatos não utilizaram da tática, inclusive Bruno Covas, que tentou se distanciar de seu antigo companheiro de chapa e atual governador do estado, João Doria (PSDB).

Russomanno é conhecido por 97% dos eleitores de São Paulo, muito devido ao seu trabalho na televisão como "defensor do consumidor". A fama pode explicar a popularidade inicial do candidato nas eleições.

Sua fama em programas na televisão foi também resgatada pelos demais candidatos para ser utilizada contra o próprio. Como, por exemplo, o programa onde Russomanno é acusado de destratar uma caixa de supermercado.