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Mesmo com verba específica, percentual de prefeitas eleitas fica estável

A partir da esq., Josa (Republicanos), eleita em São João do Soter (MA), Raquel Lyra (PSDB), em Caruaru, e Cinthia Ribeiro (PSDB), em Palmas - Arte/UOL
A partir da esq., Josa (Republicanos), eleita em São João do Soter (MA), Raquel Lyra (PSDB), em Caruaru, e Cinthia Ribeiro (PSDB), em Palmas Imagem: Arte/UOL

Beatriz Montesanti

Colaboração para o UOL, de São Paulo

16/11/2020 18h14

Mulheres venceram em 12% das prefeituras decididas em primeiro turno neste domingo (15). A proporção permanece praticamente estável em relação às últimas eleições, em 2016, quando 11,5% das eleitas em primeiro turno eram do sexo feminino.

Ao todo, 646 candidatas levaram a corrida eleitoral para os Executivos municipais —um aumento de 1,41% em relação ao primeiro turno de 2016, quando 637 mulheres saíram prefeitas.

Entre as eleitas deste ano, 431 se declaram brancas; 196, pardas; nove, pretas; sete, amarelas, e uma indígena. Eliselma Silva de Oliveira (DEM), conhecida como Lili, foi reeleita para comandar Marcação, cidade de 7.000 habitantes na costa da Paraíba.

Das noves mulheres que se dizem pretas, sete foram eleitas em municípios nordestinos, uma em Minas Gerais, e outra, em Tocantins.

Apenas uma mulher assumirá capital: Cinthia Ribeiro (PSDB), 43, atual prefeita de Palmas, que levou 36,24% dos votos na cidade. Palmas é a única capital do país que não tem segundo turno, porque tem menos de 200 mil eleitores.

Cinthia assumiu o cargo em 2018, quando o então prefeito, Carlos Amastha (PSB), deixou a prefeitura para disputar o governo do estado.

Outras cinco candidatas continuam na disputa no segundo turno em capitais: Manuela D'Ávila (PCdoB), em Porto Alegre, Marília Arraes (PT), no Recife, Cristiane Lopes (PP), em Porto Velho, Delegada Danielle (Cidadania), em Aracaju, e Socorro Neri (PSB), em Rio Branco.

Veja a proporção de prefeitas eleitas em comparação com a população

Em 2016, apenas uma mulher foi eleita em primeiro turno para o comando de uma capital, assim como em 2012. Nas duas ocasiões, Teresa Surita (PMDB) foi eleita em Boa Vista (RR).

Ao todo, 2.600 mulheres se candidataram a prefeituras em 2020, ante 16.748 homens. Ou seja, elas representaram 13,4% das candidaturas para o cargo.

A mudança também é pequena em relação a 2016, quando 2.105 mulheres concorreram a prefeituras em todo o Brasil. Na ocasião, elas representavam 12,9% das candidaturas.

Os esforços dos partidos para aumentar a participação feminina se voltaram ao segundo plano: cresceu de forma mais considerável a participação de mulheres como vices de chapas. Foram 4.202 candidatas em 2020 (27%), ante 2.988 em 2016 (17,6%).

Ao final das eleições naquele ano, 641 mulheres foram eleitas prefeitas. Apenas três nas grandes cidades, com mais de 200 mil eleitores: além de Surita, em Boa Vista (RR), Paula Mascarenhas (PSDB) foi eleita em Pelotas (RS) e Raquel Lyra (PSDB), em Caruaru (PE).

Mulheres representam hoje 51% da população brasileira, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), e 55% do eleitorado. O voto feminino é decisivo para as eleições, mas elas governam pouco.

Além disso, mulheres negras, que são 27% da população, são apenas 3% dos comandos dos municípios, segundo a pesquisa feita pelo Instituto Alziras em 2018.