TSE: Barroso pede desculpa a 'colegas e sociedade' por atraso em apuração
O presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ministro Luís Roberto Barroso, fez um pedido de desculpas "aos colegas e à sociedade brasileira" pelo atraso na apuração dos votos nas eleições de domingo (15).
"Eu peço desculpas aos colegas e à sociedade brasileira por essa dificuldade que enfrentamos, mas esclareço que não houve nenhum tipo de comprometimento para a fidedignidade do voto, para a fidelidade da manifestação da vontade popular", disse o ministro, no início da sessão do TSE na noite de hoje.
No domingo, uma falha no sistema do tribunal provocou um atraso na divulgação dos resultados. A totalização dos votos foi realizada cerca de duas horas e meia mais tarde do que o registrado nas eleições de 2018.
Hoje, Barroso voltou a afirmar que a demora na contagem dos votos não colocou em risco a segurança do processo de apuração dos resultados. "Houve um pequeno atraso que foi totalmente irrelevante para a fidelidade do resultado, que ao final foi divulgado", disse o ministro.
No domingo, Barroso afirmou que a lentidão na apuração dos votos neste ano foi provocada por uma falha na operação do sistema utilizado pelo TSE para a totalização dos votos, que não foi submetido a testes antes das eleições.
Esta foi a primeira eleição em que o TSE centralizou a totalização em sistema do próprio tribunal. A totalização é o processo de soma dos votos e compilação dos dados de todas as urnas. O tribunal descarta uma mudança na forma de totalização para o segundo turno, marcado para 29 de novembro.
Medida tomada na gestão de Rosa Weber
Barroso afirmou que a centralização no TSE foi uma recomendação da Polícia Federal feita após as eleições de 2018, com o objetivo de aumentar a segurança do processo.
A ideia por trás da mudança, segundo o tribunal, foi a de reduzir os pontos de vulnerabilidade do sistema, ao concentrar a totalização em apenas um ponto, no TSE.
A decisão de centralizar a totalização foi tomada ainda na gestão da ministra Rosa Weber como presidente do TSE. Barroso assumiu o cargo em maio deste ano.
Num primeiro momento, o ministro afirmou não ter "simpatia" pela centralização da contagem dos votos. Mas posteriormente, ainda no domingo, afirmou que a decisão seguiu critérios técnicos e que ele também a teria referendado se estivesse no comando do TSE.
"Foi uma decisão técnica decorrente de recomendação da PF, e embora tenha dito que não tinha simpatia pela medida, eu também a teria tomado, porque era recomendação técnica de relatório minucioso da PF a esse respeito", disse Barroso em coletiva de imprensa no domingo.
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