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Covas sobre seu vice Ricardo Nunes: "Boto minha mão no fogo" por ele

24.nov.2020 - Bruno Covas (PSDB) acompanhado de seu candidato a vice-prefeito, Ricardo Nunes (MDB) - TIAGO QUEIROZ/ESTADÃO CONTEÚDO
24.nov.2020 - Bruno Covas (PSDB) acompanhado de seu candidato a vice-prefeito, Ricardo Nunes (MDB) Imagem: TIAGO QUEIROZ/ESTADÃO CONTEÚDO

Felipe Pereira

Do UOL, em São Paulo

24/11/2020 19h41

O prefeito e candidato a reeleição, Bruno Covas (PSDB), declarou que coloca a mão no fogo por Ricardo Nunes (MDB), vice em sua chapa e que está sendo acusado de violência doméstica por causa de um boletim de ocorrência registrado pela mulher em 2011. O voto de confiança de Covas no vice se deu depois de ser questionado pela imprensa sobre o assunto na saída de um evento de campanha na noite de hoje.

"A esposa dele diz que não houve nenhuma agressão, ele não responde a nenhum processo judicial. Ele conhece as pessoas ali da zona sul de São Paulo, mas em nenhum momento se beneficia disso. Então, portanto, boto minha mão no fogo. Uma pessoa preparada, vai me ajudar muito a governar a cidade pelos próximos quatro anos."

O vereador Ricardo Nunes e a mulher viveram em união estável por 12 anos e ela registrou o boletim de ocorrência sete meses depois do término, que teria acontecido por culpa do ciúme excessivo do marido. Inconformado com a separação, o candidato a vice teria feito ameaças e ofendido a ex-mulher. Mais tarde, eles reataram o relacionamento.

A situação foi revelada ainda no primeiro turno por uma reportagem da Folha de S.Paulo. O boletim de ocorrência não impediu Covas de ser o candidato mais votado em 15 de novembro, mas as perguntas sobre o tema se intensificaram no segundo turno.

O prefeito sempre responde que não há nenhuma denúncia contra o vice e que a mulher dele nega que houve violência. Mas Covas dá sinais de cansaço em ser questionado sobre o assunto. Na manhã de terça-feira, ele discutiu com uma repórter durante sabatina na Rádio CBN e reclamou que a imprensa teria comprado a pauta de Guilherme Boulos (PSOL), seu adversário no segundo turno,

"É impressionante como vocês são pautados pela propaganda do PSOL. Fico horrorizado com isso, como gostam de acabar com vida do meu vice sem denúncia", disse.

Dentro da campanha do prefeito, a insistência nos ataques ao vice é vista como uma alternativa da chapa Boulos por não encontrar motivos para criticar o prefeito.

A afirmação de Covas de que coloca a mão no fogo por Nunes ocorreu na saída de um evento na sede da Federação das Entidades Representativas dos Militares do Estado de São Paulo, quando recebeu o apoio de várias associações militares.

Em seu discurso depois de receber uma carta de apoio, Covas declarou que a crise criada pela pandemia exige um gestor público que tenha experiência e eficiência em administração.