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Indícios de irregularidades nas eleições de 2020 passam de R$ 588 milhões

Justiça Eleitoral encontra R$ 588 milhões em indícios de irregularidades nas eleições de 2020 - José Cruz/Arquivo/Agência Brasil
Justiça Eleitoral encontra R$ 588 milhões em indícios de irregularidades nas eleições de 2020 Imagem: José Cruz/Arquivo/Agência Brasil

Do UOL, em São Paulo

24/11/2020 18h04

A Justiça Eleitoral encontrou R$ 588 milhões em indícios irregularidades nas prestações de contas dos candidatos nas eleições municipais de 2020, no levantamento de ontem (23). Houve um aumento de R$ 528 milhões em relação ao balanço de 16 de outubro, onde foram registrados R$ 60 milhões irregulares.

No primeiro lugar do ranking estão os casos de fornecedores de campanha que são beneficiários do Bolsa Família e do auxílio emergencial. Os números foram de 1.289 para 31.725, com os valores indo de R$ 940.121,29 para mais de R$ 386 milhões.

Em segundo lugar, são os provedores com empresas recém-criadas onde o quadro de sociedade é composto por pessoas com filiação partidária. Os valores foram de R$ 3,3 milhões da última rodada para R$ 68,7 milhões em gastos das campanhas com essas empresas.

O número de doadores cadastrados em programas sociais do governo subiu de de 1.337 para 65.303. As doações nesses casos foram superiores a R$ 54 milhões, ficando na terceira colocação da lista. Ainda foram encontrados R$ 44 milhões ofertados de pessoas sem emprego formal, envolvendo 12.437 doadores.

Outros 2.751 contribuintes, que entraram com R$ 23 milhões não tinham renda compatível com o valor oferecido. E 24 doações vieram de pessoas que já morreram, somando R$ 36.194,50.

São ainda 1.949 fornecedores em registro ativo na Junta Comercial ou na Receita Federal, que receberam R$ 3,3 milhões por serviços prestados.

Uma das justificativas para o aumento abrupto está no crescimento do uso da base de dados do governo federal. As informações foram apuradas pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e outros seis órgãos: RFB (Receita Federal do Brasil), Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), MPE (Ministério Público Eleitoral), PF (Polícia Federal), TCU (Tribunal de Contas da União) e Ministério da Cidadania.