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Presidente do TSE diz que alegações de fraude são retórica 'sem fundamento'

Felipe Amorim e Antonio Temóteo

Do UOL, em Brasília

29/11/2020 20h55Atualizada em 29/11/2020 23h48

O presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Luís Roberto Barroso, afirmou na noite de hoje, após a apuração dos votos do segundo turno, que nunca foi detectado nenhum caso de fraude nas urnas eletrônicas e que declarações que tentam apontar uma suposta fragilidade do sistema não passam de "retórica".

"Para além da retórica, sobre a qual ninguém tem controle, jamais se comprovou qualquer aspecto fraudulento no sistema", disse Barroso.

Hoje, à tarde, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a questionar a segurança da urna eletrônica e a defender o voto impresso.

O presidente do TSE afirmou na noite de hoje, sem mencionar a declaração de Bolsonaro, que as acusações de fraude são feitas "sem nenhum fundamento". Barroso fez uma explanação sobre a segurança do sistema e reforçou que as urnas não ficam conectadas à internet.

"Em relação às acusações de fraude que se repetem insistentemente, mas evidentemente sem nenhum fundamento, eu vou explicar mais uma vez às pessoas que não tenham entendido", disse Barroso.

"Só posso explicar às que não tenham entendido, às que não queiram entender, não há remédio na farmacologia jurídica para esse problema", afirmou o presidente do TSE.

Voto impresso

Barroso foi perguntado sobre as declarações de Bolsonaro. O presidente do TSE disse respeitar a opinião do presidente, mas afirmou que na sua opinião o voto impresso traria "tumulto" ao processo eleitoral.

"Respeitando a opinião do presidente, respeitando a opinião de todos, eu penso que o voto impresso traria grande tumulto para o processo eleitoral brasileiro, porque todo candidato derrotado ia pedir recontagem, ia haver impugnações, alegações de nulidade e judicialização do processo eleitoral", disse Barroso.

"Portanto, considero que é, aqui é uma opinião pessoal, mas eu penso que traria um grande tumulto para o processo eleitoral", afirmou o presidente do TSE.

Barroso afirmou que o STF (Supremo Tribunal Federal) já barrou a implementação do voto impresso, por considerar que o procedimento traria risco para o sigilo do voto.

"Então objetivamente não existe hoje no Brasil possibilidade de voto impresso", disse.

Perguntado sobre se as alegações de fraude nas urnas colocam em dúvida a credibilidade do sistema, Barroso reafirmou que o processo de votação é seguro e disse não ter controle sobre o "imaginário das pessoas".

"Não há possibilidade de fraudar o sistema. Agora, não tenho controle sobre o imaginário das pessoas. Tem gente que acha que a terra é plana, tem gente que acha que o homem não chegou na lua, tem gente que acha que Trump venceu a eleição nos Estados Unidos", disse o ministro.

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