Planalto confirma presença de Bolsonaro em posse de Moraes; Lula também vai
O presidente Jair Bolsonaro (PL) incluiu em sua agenda oficial a solenidade de posse dos ministros Alexandre de Moraes e Ricardo Lewandowski nos cargos de presidente e vice-presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). O evento acontecerá amanhã às 19h, em Brasília.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), principal adversário de Bolsonaro nas eleições de outubro, já havia confirmado sua presença mais cedo, nesta segunda-feira (15). Os ex-presidentes Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (MDB) também foram convidados para o evento.
Eleito em cargo em junho, Moraes assume amanhã no lugar do ministro Edson Fachin. Atual vice da Corte Eleitoral, o magistrado ficará responsável por liderar o tribunal em meio às eleições.
Encontro entre adversários: Com a presença de Bolsonaro, este será o primeiro encontro entre o presidente e Lula, os dois melhores colocados nas pesquisas eleitorais, desde o início da pré-campanha. Eles já estiveram na mesma cidade para eventos separados, mas não se encontraram fisicamente.
Amanhã marca, também, o início oficial da campanha eleitoral, a 45 dias do primeiro turno. Durante a manhã, Bolsonaro irá a Juiz de Fora (MG), local onde levou a facada durante as eleições de 2018, para o pontapé inicial.
Já Lula começará com um evento em porta de uma fábrica na região metropolitana de São Paulo durante a tarde.
Na mira do presidente: Relator de inquéritos que miram o Planalto e aliados do governo no Supremo, Moraes se tornou alvo constante dos ataques de Bolsonaro, que criticou abertamente o ministro pela investigação sobre fake news contra o Supremo.
"Alexandre de Moraes faz um inquérito onde não tem a participação do Ministério Público e me investiga. Me investiga por fake news", disse Bolsonaro. "O que esse cara tem na cabeça? O que que ele está ganhando com isso? Quais são os seus interesses? Ele tá ligado a quem? Ou é um psicopata?".
No mês passado, Bolsonaro apresentou uma notícia-crime contra o ministro, acusando Moraes de abuso de autoridade na condução do inquérito. O caso foi arquivado por Dias Toffoli, no STF.
Em 2021, o presidente também protocolou no Senado um pedido de impeachment contra o magistrado, que foi rejeitado pelo presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
Ao anunciar o resultado, o presidente do TSE, ministro Edson Fachin, afirmou que Moraes tem uma vida pública e um domínio do direito pátrio, "especialmente o direito constitucional", o qualificam para conduzir o tribunal em meio às eleições.
"A sucessão democrática no exercício dos cargos mais elevados da República sem percalço e com obediência às regras já conhecidas de todo e qualquer certame, seja no âmbito interno da Justiça Eleitoral, seja nas eleições gerais, é um sinal indelével, inapagável da atuação serena, firme e constante da Justiça Eleitoral no âmbito da República brasileira", disse Fachin.
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