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Ao falar sobre LGBTs, Tarcísio defende Bolsonaro: 'Tem amigos homossexuais'

Presidente Jair Bolsonaro (PL) ao lado do ex-ministro da Infraestrutura Tarcísio de Freitas (Republicanos) - Alan Santos/PR
Presidente Jair Bolsonaro (PL) ao lado do ex-ministro da Infraestrutura Tarcísio de Freitas (Republicanos) Imagem: Alan Santos/PR

Do UOL, em São Paulo

16/08/2022 21h33Atualizada em 16/08/2022 21h45

O ex-ministro Tarcísio de Freitas (Republicanos), candidato ao governo de São Paulo, saiu em defesa do presidente Jair Bolsonaro (PL), seu aliado, ao falar sobre políticas LGBTQIAP+ durante sabatina organizada pelos jornais O Globo, Valor Econômico e Rádio CBN. Tarcísio, que aparece em segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto, disse ser "defensor dos direitos civis dos homossexuais".

Nunca vi o presidente cometer, na minha frente, um ato preconceituoso. O presidente tem amigos homossexuais. Tem homossexual que frequenta, por exemplo, o Palácio da Alvorada. Tarcísio de Freitas (Republicanos), candidato ao governo de São Paulo

Apesar da declaração, Bolsonaro já proferiu diversas frases contra a população LGBTQIAP+. O STF (Supremo Tribunal Federal), encaminhou para a PGR (Procuradoria-Geral da República) um pedido de investigação contra o presidente, que disputa à reeleição, por falas consideradas transfóbicas e homofóbicas em julho. Na ocasião, o chefe do Executivo fez um discurso em Imperatriz (MA) no qual defendeu ideias preconceituosas contra pessoas homossexuais e transexuais.

"O que nós queremos é que o Joãozinho seja Joãozinho a vida toda. A Mariazinha seja Maria a vida toda, que constitua família, que seu caráter não seja deturpado em sala de aula."

Na mesma semana, o presidente repetiu as falas e reclamou que a sociedade estaria "cedendo às minorias" e reforçou que "as minorias têm que se adequar".

Ao ser questionado por jornalistas sobre a não menção à população LGBTQIAP+ e questões raciais em seu plano de governo, Tarcísio rebateu dizendo que sua gestão será na linha da "inclusão".

"O nosso programa de governo vai ser na linha da inclusão, da participação nas decisões, vai ser uma linha de proteção social, de políticas públicas voltadas para uma população que é vulnerável, precisa sim do acolhimento do estado", comentou.

O ex-ministro bolsonarista ainda afirmou ser "defensor dos direitos civis dos homossexuais".

"O que lancei de programa de governo são diretrizes gerais, tenho falado muito em inclusão, na participação viva das pessoas no nosso governo e políticas públicas. Sou defensor dos direitos civis dos homossexuais, isso é inabalável, inafastável. Vamos atuar muito para que essas pessoas tenham proteção, tenham a mão do estado, tenham segurança, que elas possam viver livre do preconceito, tenham acesso a crédito e possam empreender, como todo cidadão", completou o político.

Por fim, Tarcísio ainda disse preservar "o legado do presidente" e voltou a falar que Bolsonaro "defende a Constituição". Ele não citou, no entanto, os seguidos ataques do mandatário às urnas e ao sistema de votação eletrônico.

"Tanto o presidente quanto eu defendemos uma carta, a Constituição. Não há um ato de agressão a constituição por parte do presidente Bolsonaro. Não há ataque à democracia, risco à democracia."

Democracia prega pelo respeito aos direitos das minorias

Nos regimes democráticos, devem ser respeitados os direitos das minorias — sejam de opinião ou de identidade. A Constituição Brasileira, de 1988, proíbe qualquer tipo discriminação — seja pela raça, etnia, religião ou sexo —, garantindo o direito de ser diferente sem sofrer violação de seus direitos de cidadania.

Independentemente do âmbito (municipal, estadual ou federal), a lei visa atender ao bem-estar e às necessidades da sociedade como um todo, o que inclui os chamados grupos minoritários.

*Com Hanrrikson de Andrade, do UOL, em Brasília