Deputado que bateu em Mamãe Falei faz campanha sem registro ao Senado no PR

O ex-deputado federal Boca Aberta (Pros) está fazendo campanha ao Senado pelo Paraná, mas não teve sua campanha homologada pelo partido e não prestou contas à Justiça Eleitoral.

Ele utiliza um número associado ao partido Agir (antigo PTC), mas o partido anunciou apoio à Aline Sleutjes, que é do Pros, bem como o ex-parlamentar.

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Boca Aberta perdeu o mandato de deputado federal após a Justiça ter entendido que sua cassação por quebra de decoro parlamentar quando era vereador de Londrina, em 2017, o tornava inelegível. Em junho deste ano ele se envolveu em uma polêmica com o também deputado cassado Arthur do Val (União Brasil). Na ocasião, Arthur foi filmar e fazer questionamentos de supostos esquemas ilícitos dele, que partiu para cima e o agrediu.

Nas redes sociais, o ex-deputado federal utiliza o formato simulado de um campanha política para pedir votos, além de que nega que sua candidatura seja falsa. Sua esposa e seu filho aproveitaram o nome e o número divulgado como o eleitoral de Boca Aberta para pedir votos. Mara Boca Aberta e Boca Aberta Jr. , ambos também do Pros, são candidatos a deputado federal e estadual, respectivamente. O filho concorre à reeleição.

A polêmica fez com que o partido Agir divulgasse uma nota negando ter candidato ao Senado e reafirmando que apoiam Aline Sleutjes.

O UOL procurou Boca Aberta, que negou que a candidatura fosse falsa.

Ele acusou o presidente do partido Agir no Paraná, Alexandre César Discioli, de "puxar seu tapete" e "vender" o partido a apoiar nomes ligados ao governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD).

Ele ainda afirmou que tem provas, a serem apresentadas ao TRE (Tribunal Regional Eleitoral) do Paraná, que sua candidatura foi homologada em convenção, mas que, por enquanto, concorre de maneira "independente".

"Registramos nossa candidatura independente, que é um direito meu e de qualquer cidadão brasileiro", disse ao UOL. "O TRE tem até o dia 12 de setembro para homologar todas as candidaturas. Eu não sou diferente, vou passar pelo crivo".

Segundo ele, a candidatura não aparece entre as candidaturas formalizadas por ter apresentado Registro de Requerimento de Candidatura e todo o julgamento não ter sido finalizado. Boca Aberta também afirmou que entrou com pedido de filiação ao Agir na data-limite, mas por conta de uma condenação por calúnia e difamação que já estaria prescrita não conseguiu ser oficializado no quadro do novo partido. Agora, o ex-deputado aguarda julgamento final também sobre este assunto, mas disse que o partido ao qual ele quer entrar " se vendeu ao Ratinho Júnior".