Quaest: Maioria de indecisos é mulher, católica e já votou em Bolsonaro

Recorte de pesquisa da Quaest Consultoria, contratada pela Genial Investimentos, revela quem são os eleitores que ainda estão indecisos em quem irão votar para a presidente nas eleições de outubro. No último levantamento do instituto para a corrida ao Planalto, o número de pessoas indecisas era de 6% em cenário estimulado, quando o entrevistado recebe uma lista prévia com os nomes dos candidatos.

Nessa pesquisa, o ex-presidente Luiz Inácio da Silva (PT) liderava com 45% e o presidente Jair Bolsonaro (PL) aparecia em segundo com 33%. Brancos, nulos e intenções de não votar somavam outros 6%.

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A maioria de indecisos é mulher. Segundo a pesquisa da Quaest, 64% dos entrevistados que se disseram indecisos são mulheres, contra 36% de homens. A rejeição do eleitorado feminino é uma questão que preocupa a campanha de Bolsonaro, que tenta reparar a percepção desse público.

Para isso, a equipe do presidente tem apostado em mais aparições da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, e incluído menções mais frequentes e positivas às mulheres. Em lives recentes, o chefe do Executivo disse que a filha, antes chamada por ele de "fraquejada", é a mais importante entres os filhos e que as mulheres administram melhor o dinheiro em comparação aos homens.

Na campanha de Lula, a presença da esposa dele, a socióloga Janja, também tem importância. Temas como aborto são abordados, embora o petista tenha feito uma fala errada sobre combate à violência contra a mulher no fim de semana.

50% são católicos. Além do eleitorado feminino, Bolsonaro e Lula têm valorizado o voto dos evangélicos, que são 29% dos indecisos. No entanto, a maioria sem voto definido é católica (50%). 17% disseram não ter religião e 3% falaram ter fé diferente do que as apresentadas pela pesquisa.

34% votaram em Bolsonaro na última eleição. A maior parte dos indecisos (34%) votaram em Bolsonaro para presidente em 2018. 25% escolheram o ex-prefeito Fernando Haddad (PT) no último pleito eleitoral para presidente. 16% não foram votar ou ainda não eram eleitores, 14% anularam ou optaram por votar em branco. 10% não sabiam ou não responderam.

Maioria aponta problemas na economia. 56% dos entrevistados disseram que a economia piorou no último ano e 54% apontaram maior dificuldade em pagar as contas nos últimos três meses.

42% consideram que o governo Bolsonaro está pior do que o esperado, com 41% dizendo que não está "nem melhor, nem pior" e 13% avaliando como melhor do que a expectativa.

48% se declaram pardos. Entre os indecisos, 48% são pardos, 39% se identificam como brancos e 12%, como pretos.

Sudeste é região mais indecisa. 47% dos entrevistados que ainda não decidiram seu candidato estão no Sudeste. 24% são do Nordeste e 15%, do Sul. As regiões onde há menos indecisos são Centro-Oeste e Norte, cada uma com 7%.

Renda, escolaridade e faixa etária. A população de menor renda, que ganha até dois salários mínimos, é a com mais eleitores que não escolheram seu candidato (45%). 38% dos indecisos recebem entre dois e cinco salários mínimos e 18% ganham mais do que cinco salários base.

40% da população que finalizou apenas o ensino fundamental está indecisa e 41% dos entrevistados com ensino médio completo ou incompleto também não escolheu um candidato para o Planalto. 19% têm ensino superior em aberto ou mais.

Considerando a margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos, há duas faixas de idade que são as mais indecisas: 35 a 44 anos (22%) e 45 a 59 anos (26%). Eleitores de 16 a 24 anos são os mais decididos, com 15% ainda em aberto para escolher seu candidato.

Essa pesquisa da Quaest ouviu 2.000 pessoas presencialmente entre os dias 11 e 14 de agosto. O índice de confiança é de 95%. O registro no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) está sob o número BR-01167/2022. A pesquisa custou R$ 139.005,86.

Sobre o instituto

O Quaest é um instituto de pesquisas com sede em Belo Horizonte. Até 2020, segundo dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), a empresa realizava pesquisas eleitorais só em Minas Gerais. Hoje, faz levantamentos sobre intenções de voto para presidente, governador e para o Senado em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Bahia. O instituto tem uma parceria com a Genial Investimentos, a qual financia levantamentos para as eleições de 2022. As pesquisas são realizadas com entrevistas presenciais.