Lula defende Dilma, mas diz que ela cometeu equívocos com gasolina
O candidato à Presidência da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) durante entrevista ao Jornal Nacional. O petista, no entanto, disse que ela "cometeu equívoco na questão da gasolina" durante seu governo.
Lula é o terceiro candidato a ser sabatinado pelos apresentadores da Rede Globo. Na segunda-feira (22), foi a vez do presidente Jair Bolsonaro (PL); Na terça, do candidato Ciro Gomes (PDT). Simone Tebet (MDB) vai participar amanhã (26). A ordem foi estabelecida por sorteio.
"Dilma fez um primeiro mandato presidencial extraordinário, porque a crise se agravou, a crise internacional, mesmo assim ela se endividou para poder manter as políticas sociais", disse Lula.
O ex-presidente elogiou Dilma quando foi questionado pelos apresentadores sobre quais políticas econômicas ele pensa implementar, caso vença as eleições. A pergunta era se Lula escolheria as mesmas políticas adotadas durante seus governos passados ou as implantadas por Dilma, que sofreu um impeachment em 2016.
'Equívoco na gasolina'. Segundo Lula, o "equívoco" da ex-presidente foi "na questão da gasolina". Durante seu governo e no processo de impeachment, Dilma foi criticada diversas vezes pelo preço do combustível.
Dilma cometeu equívoco na questão da gasolina. Ela sabe que eu penso isso, cometeram equívoco na hora que fizeram R$ 540 bilhões de desonerações"
Lula
- Reportagem do UOL Economia mostrou se é correto dizer que o preço da gasolina é mais caro agora, no governo Bolsonaro, do que no de Dilma.
Respeito e competência. Apesar das críticas, o ex-presidente disse ainda que Dilma é uma das pessoas pelas quais ele mais tem um "profundo respeito pela competência" e agradeceu ajuda que ela ofereceu como chefe da Casa Civil em seu governo.
Dilma foi ministra de Minas e Energias de 2003 a 2005 e depois assumiu a Casa Civil até 2010 — todo período durante o governo Lula.
Dupla dinâmica. O petista também afirmou que Dilma "tentou mudar", mas uma "dupla dinâmica" trabalhou contra ela.
"Ela tinha uma dupla dinâmica contra ela, Eduardo [Cunha], sabe, o [então] presidente da Câmara, e o Aécio [Neves] no Senado, que trabalharam o tempo inteiro para que ela não pudesse fazer nenhuma mudança", defendeu Lula.
Segundo Lula, o então vice-presidente de Dilma, Michel Temer (MDB), também trabalhou contra a petista.
Uma vez por mês. O ex-presidente aproveitou ainda a entrevista à Globo para pedir, caso vença as eleições, que William Bonner o convide uma vez por mês para "checar o que está acontecendo no país".
Alckmin não ficou de lado. Durante a sabatina, Lula também não poupou elogios ao ex-governador de São Paulo e candidato à vice, Geraldo Alckmin (PSB). O petista fez questão de falar que terá o apoio, principalmente na área econômica, do seu antigo rival.
Muita gente pensava que era difícil Lula se juntar com Alckmin. Política não tem que ter ódio, a politica é extraordinária para conviver"
Lula
Campanha foca na economia. Na avaliação da campanha de Lula, inflação, perda do poder de compra, desemprego e outros "problemas reais do povo" são os assuntos que deverão pautar a eleição — e, com os indicadores pifeis, a principal vantagem sobre Bolsonaro.
Em uma combinação entre argumentos técnicos de economia — usando como base suas gestões anteriores ou até realizações de Alckmin — e um apelo para o sentimentalismo nas críticas ao Bolsonaro, o petista tem tentado imprimir a imagem de que o atual presidente "não se importa com o povo".
Em seu plano, o candidato tem voltado a falar do Estado como um dos grandes fomentadores da economia — na direção oposta da política praticada desde a gestão Michel Temer (MDB). Uma das propostas é expandir a atuação do BNDES para beneficiar em especial pequenos e médios empreendedores.
Veja análise da entrevista de Lula no Jornal Nacional com os colunistas do UOL:
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