'Nunca usei', diz Bolsonaro sobre gastos com cartão corporativo
O presidente e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL), negou hoje ter feito gastos com o cartão corporativo do Planalto. A declaração ocorreu durante entrevista ao programa Pânico, da rádio Jovem Pan.
Na contramão da fala do governante, ele tem sido alvo de críticas pelo acúmulo de despesas com o cartão. O TCU (Tribunal de Contas da União) abriu em junho uma apuração após identificar o volume e a origem dos gastos na fatura do cartão que já seriam pagas por contratos ou diárias a servidores.
"A média [de gastos no cartão corporativo] está em R$ 3 milhões [...] Nunca gastei um centavo, eu posso sacar até R$ 25 mil por mês e tomar Itubaína, mas nunca usei", disse o chefe do Executivo federal sobre o uso pessoal do cartão.
Indagado sobre o motivo pelo qual o governo não implementa medidas de transparência sobre os gastos, Bolsonaro retrucou:
"Eu não, daqui a pouco chega coisa envenenada lá em casa, pô."
O presidente declarou ainda que a maior parte das despesas se deve ao seu deslocamento a compromissos oficiais pelo Brasil e pelos "80 seguranças que me acompanham", o que gera mais gastos de hospedagem, transporte e alimentação. "No meu entender tem que cuidar da minha vida sim", comentou.
Comparando seu governo com os anteriores, o chefe do Executivo disse que gasta mais porque "os caras não viajavam, viajava para quê? Vai inaugurar o quê? Não tem obra, só roubalheira, só sacanagem, não vou falar quem é, uma presidenta", falou sem citar diretamente Dilma Rousseff (PT).
O presidente, então, afirmou que ganha "R$ 33 mil bruto como presidente, R$ 12 mil bruto como capitão do Exército, dá R$ 45 mil brutos por mês".
Podia ganhar mais R$ 30 mil porque eu tenho 28 anos de deputado e dois anos de vereador, não recebi, vou receber lá na frente
Jair Bolsonaro no Pânico
Bolsonaro falou que corta gastos ao redor da casa e citou que não deixou mais a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, aquecer a piscina.
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