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Como foi a última vez dos candidatos em debates presidenciais

Os presidenciáveis Lula (PT), Jair Bolsonaro (PL) e Ciro Gomes (PDT) participam novamente de debate na TV - Divulgação e Agência Brasil
Os presidenciáveis Lula (PT), Jair Bolsonaro (PL) e Ciro Gomes (PDT) participam novamente de debate na TV Imagem: Divulgação e Agência Brasil

Patricia Pamplona

Colaboração para o UOL, em Florianópolis

27/08/2022 04h00Atualizada em 27/08/2022 10h58

Neste domingo (28), durante o debate promovido pela Band, pelo UOL, pela TV Cultura e pela Folha de S.Paulo, acontece o primeiro confronto direto entre seis candidatos à Presidência nas eleições de 2022.

Três deles já participaram de eventos similares em disputas anteriores ao cargo: Ciro Gomes (PDT), Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Lula e Bolsonaro, que estão mais bem colocados nas mais recentes pesquisas de intenção de votos, ficarão lado a lado no palco.

Estreiam em debates Luiz Felipe D'Avila (Novo), Simone Tebet (MDB) e Soraya Thronicke (União Brasil), que também disputam pela primeira vez uma vaga no Palácio do Planalto.

Há mais seis concorrentes que não foram convidados. Isso porque, segundo a lei eleitoral, o convite é obrigatório apenas àqueles cujos partidos ou coligações possuem ao menos cinco parlamentares eleitos no Congresso. José Maria Eymael (DC), que se lançou pela sexta vez como candidato a presidente, não vai desta vez, mas já esteve em outros debates.

Relembre a seguir a última participação de cada um dos candidatos destas eleições.

Lula (PT)

Quando foi? 2º turno em 2006
Resultado na eleição: 48,6% (1º turno) e 60,8% (2º turno)

O petista estava em busca da reeleição e enfrentava o então governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB) —hoje no PSB e vice em sua chapa. O último debate antes do segundo turno foi realizado pela TV Globo. O formato contou com a participação de eleitores indecisos, que fizeram suas perguntas nos três primeiros blocos. Já na etapa final, os candidatos questionaram um ao outro.

Lula e Alckmin podiam caminhar pelo palco e ficar próximos, o que acirrou os ânimos. Em determinado momento, o petista chegou a segurar o braço e encostar no tucano. O mediador, William Bonner, precisou interromper diversas vezes as falas para que os candidatos ficassem dentro do tempo estipulado e para conter aplausos e reações da plateia.

Acusações de corrupção dominaram boa parte do debate. Havia estourado o escândalo dos aloprados nas semanas anteriores da eleição. À época foi revelado que Gedimar Pereira Passos, advogado e ex-policial federal, e Valdebran Padilha da Silva, filiado ao PT de Mato Grosso, pagariam R$ 1,7 milhão (equivalentes a R$ 4,2 milhões segundo correção pelo IPCA) por um dossiê contra o então candidato tucano ao governo de São Paulo, José Serra.

Lula, por sua vez, atacou Alckmin na questão da segurança pública, dizendo que a "perfeição da polícia de São Paulo resultou no PCC [Primeiro Comando da Capital]".

Ciro Gomes (PDT)

Quando foi? 1º turno em 2018
Resultado na eleição: 12,5% (1º turno)

Apesar de ser conhecido por sua atitude enérgica, a participação do pedetista no último debate antes do primeiro turno em 2018, transmitido pela TV Globo, não teve grandes enfrentamentos. Jair Bolsonaro não participou, após a facada que havia levado durante a campanha, e foi alvo da maioria das críticas de Ciro.

O ex-governador do Ceará tentou se colocar como a "terceira via" para a polarização que dividia o país entre eleitores do PT e de Bolsonaro. Ciro destacou sua trajetória política, reforçou suas propostas e, mesmo nos embates com Fernando Haddad (PT), suas críticas foram mais direcionadas a Michel Temer, que ocupava a Presidência após o impeachment de Dilma Rousseff (PT).

Jair Bolsonaro (PL)

Quando foi? 1º turno em 2018
Resultado na eleição: 46% (1º turno) e 55,1% (2º turno)

A mais recente participação de Bolsonaro em debates foi na RedeTV!, ainda no primeiro turno de 2018. Depois disso, ele não foi mais aos eventos, devido à facada durante um ato de campanha em Juiz de Fora (MG).

O momento mais emblemático do programa foi seu embate com Marina Silva (Rede). Então candidato pelo PSL, Bolsonaro questionou se a candidata era a favor da posse de armas de fogo pelo que classificou como "cidadão de bem". Marina iniciou sua resposta com um não, mas, antes de entrar no assunto, criticou seu oponente por ter dito que não era preciso se preocupar com o salário menor para mulheres porque isso já estava na CLT.

"Tem que se preocupar, sim, porque, quando se é presidente, tem que fazer cumprir o artigo quinto da Constituição Federal, que diz que nenhuma mulher deve ser discriminada", afirmou. "O presidente da República está lá para combater injustiças."

Bolsonaro atacou Marina, criticando sua posição a favor do plebiscito para a legalização do aborto e da maconha mesmo sendo evangélica. "Você não sabe o que é uma mulher que tem um filho jogado no mundo das drogas, você não sabe o que é isso", afirmou ele. "Eu defendo a mulher e defendo inclusive a castração química para estupradores."

Na tréplica, a candidata da Rede destacou que Bolsonaro queria resolver "tudo no grito".

Em suas demais participações, ele reforçou seu discurso frequente contra o que chama de "ideologia de gênero", a "partidarização" nas escolas, a redução do tamanho do Estado, com privatizações, e a defesa da posse de arma de fogo.

José Maria Eymael (DC)

Quando foi? 1º turno em 2014
Resultado na eleição: 0,06% dos votos (1º turno)

Com a baixa representação de seu partido no Congresso, o candidato da Democracia Cristã foi a poucos debates presidenciais. Apesar de ter concorrido em 2018, sua última participação foi no programa realizado pela TV Aparecida e pela CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) em 2014.

As participações de Eymael giraram em torno de sua trajetória política e católica -na pergunta inicial, sobre o projeto de reforma política defendido pelo CNBB, ele esgotou os dois minutos sem responder a questão, usando o tempo para falar sobre sua biografia.

O candidato cristão também defendeu os valores da família e a igualdade de oportunidades ao ser questionado sobre propostas para a população de rua, mas não fez promessas concretas. Posicionou-se ainda contra a legalização das drogas e lembrou em diferentes momentos de sua participação na Assembleia Constituinte, na década de 1980.

Debate da Band, UOL, Folha de S. Paulo e TV Cultura

  • Data: 28/8 (domingo)
  • Horário: 21h
  • Onde assistir: home do UOL, UOL no YouTube, Facebook do UOL, além da Band e Cultura em TV aberta.