Desempenho de Simone na TV faz MDB sonhar em ultrapassar barreira dos 5%
A sabatina no "Jornal Nacional" (TV Globo) e o debate de domingo (28) foram consideradas, pela campanha de Simone Tebet (MDB), o "debute" dela na TV aberta nesta eleição. Indicada como vencedora do debate conforme pesquisa do Datafolha, a equipe comemora o desempenho, mas teme que não haja tempo para tornar o nome da candidata conhecido no país.
Desde o começo da corrida presidencial, a estratégia é gerar empatia do eleitor com Simone. A dúvida que vem desde então é se haverá tempo para construir esta imagem e transformá-la em votos. Faltam 33 dias para o primeiro turno. Mas há uma aposta: que ela terá o melhor desempenho de um candidato do MDB em uma disputa para o Planalto.
Derrubando a polarização. Pela estratégia da equipe da candidata, o nível de conhecimento nacional a respeito de Simone estará consolidado em duas semanas. A expectativa é de que isto faça os eleitores manifestarem intenção de votos a amigos e familiares. A chegada a este estágio faria a candidata começar a ser vista como uma opção na polarização Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Entre os integrantes da campanha, existe a torcida de aproximação com os percentuais de Ciro Gomes, candidato do PDT, nas próximas semanas. De acordo com pesquisa divulgada pelo Ipec ontem, Simone tem 3% —no levantamento anterior, ela tinha 2%.
Lula apareceu na frente com 44%, Bolsonaro ficou com 32% e Ciro Gomes (PDT) teve 7%. A campanha de Simone acredita que o desempenho no debute na TV aberta apareça nas pesquisas somente na próxima semana.
Melhor desempenho do MDB. Mas um eventual crescimento não é considerado definitivo. A equipe de Simone tem consciência de que poderá haver voto útil na fase final da corrida presidencial. Desta forma, uma desidratação não está descartada.
Mas o objetivo da campanha da candidata é terminar acima dos 5%, o que renderia a maior votação do MDB desde a redemocratização e capital político. Os presidenciáveis anteriores do partido não ultrapassaram este percentual: Ulysses Guimarães 4,73% (1989); Orestes Quércia 4,38% (1994); e Henrique Meirelles 1,20% (2018).
Como o Ipec apresenta margem de erro de dois pontos percentuais, Simone já tem perspectiva de atingir a marca de 5%, no limite superior da margem.
Economia é a alma da eleição. Para conseguir este desempenho, a campanha de Simone acredita que as propostas de aumento da renda dos brasileiros serão essenciais. Ainda que o tema dos costumes e corrupção apareçam nesta eleição, a equipe considera que a definição de votos virá das propostas para economia.
Neste quesito, Bolsonaro vende um país que está dando certo. Sustenta o argumento comparando com países vizinhos e até mesmo nações da Europa. Lula prega em cima do sucesso de seus dois mandatos. A candidata do MDB argumentará que o Brasil atual não está bom.
Fome e falta de renda. Para contrapor Bolsonaro, Simone usará o fato de existirem 33 milhões de pessoas passando fome e 105 milhões reclamando que seus rendimentos não são suficientes para suas necessidades. Em relação a Lula, o argumento é de que as fórmulas do passado não são mais adequadas. A candidata vai dizer que são necessárias soluções novas e uma visão de mundo atualizada.
Ministério equânime. A campanha usa três compromissos da candidata para sustentar uma maneira diferente de administrar. O primeiro é nomear um ministério com paridade de gênero. Outro compromisso é haver negros na esplanada. Por último, não indicar nenhum nome com envolvimento com mensalão, petrolão ou orçamento secreto.
Este discurso será repetido em entrevistas e viagens de campanha até 2 de outubro, quando acontece o primeiro turno.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.