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Desempenho de Simone na TV faz MDB sonhar em ultrapassar barreira dos 5%

Participação de Simone no debate foi bem avaliada por sua campanha                       - Renato Pizzutto/Band
Participação de Simone no debate foi bem avaliada por sua campanha Imagem: Renato Pizzutto/Band

Do UOL, em São Paulo

30/08/2022 04h00

A sabatina no "Jornal Nacional" (TV Globo) e o debate de domingo (28) foram consideradas, pela campanha de Simone Tebet (MDB), o "debute" dela na TV aberta nesta eleição. Indicada como vencedora do debate conforme pesquisa do Datafolha, a equipe comemora o desempenho, mas teme que não haja tempo para tornar o nome da candidata conhecido no país.

Desde o começo da corrida presidencial, a estratégia é gerar empatia do eleitor com Simone. A dúvida que vem desde então é se haverá tempo para construir esta imagem e transformá-la em votos. Faltam 33 dias para o primeiro turno. Mas há uma aposta: que ela terá o melhor desempenho de um candidato do MDB em uma disputa para o Planalto.

Derrubando a polarização. Pela estratégia da equipe da candidata, o nível de conhecimento nacional a respeito de Simone estará consolidado em duas semanas. A expectativa é de que isto faça os eleitores manifestarem intenção de votos a amigos e familiares. A chegada a este estágio faria a candidata começar a ser vista como uma opção na polarização Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Entre os integrantes da campanha, existe a torcida de aproximação com os percentuais de Ciro Gomes, candidato do PDT, nas próximas semanas. De acordo com pesquisa divulgada pelo Ipec ontem, Simone tem 3% —no levantamento anterior, ela tinha 2%.

Lula apareceu na frente com 44%, Bolsonaro ficou com 32% e Ciro Gomes (PDT) teve 7%. A campanha de Simone acredita que o desempenho no debute na TV aberta apareça nas pesquisas somente na próxima semana.

Simone Tebet durante o JN - 26.ago.2022 - Reprodução/TV Globo - 26.ago.2022 - Reprodução/TV Globo
A candidata ao Palácio do Planalto Simone Tebet (MDB) concede entrevista ao Jornal Nacional, da TV Globo
Imagem: 26.ago.2022 - Reprodução/TV Globo

Melhor desempenho do MDB. Mas um eventual crescimento não é considerado definitivo. A equipe de Simone tem consciência de que poderá haver voto útil na fase final da corrida presidencial. Desta forma, uma desidratação não está descartada.

Mas o objetivo da campanha da candidata é terminar acima dos 5%, o que renderia a maior votação do MDB desde a redemocratização e capital político. Os presidenciáveis anteriores do partido não ultrapassaram este percentual: Ulysses Guimarães 4,73% (1989); Orestes Quércia 4,38% (1994); e Henrique Meirelles 1,20% (2018).

Como o Ipec apresenta margem de erro de dois pontos percentuais, Simone já tem perspectiva de atingir a marca de 5%, no limite superior da margem.

Economia é a alma da eleição. Para conseguir este desempenho, a campanha de Simone acredita que as propostas de aumento da renda dos brasileiros serão essenciais. Ainda que o tema dos costumes e corrupção apareçam nesta eleição, a equipe considera que a definição de votos virá das propostas para economia.

Neste quesito, Bolsonaro vende um país que está dando certo. Sustenta o argumento comparando com países vizinhos e até mesmo nações da Europa. Lula prega em cima do sucesso de seus dois mandatos. A candidata do MDB argumentará que o Brasil atual não está bom.

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Simone Tebet (MDB) (à direita) anuncia Mara Gabrilli (PSDB) como sua vice na corrida a Presidência
Imagem: Renato S. Cerqueira/Futura Press/Estadão Conteúdo

Fome e falta de renda. Para contrapor Bolsonaro, Simone usará o fato de existirem 33 milhões de pessoas passando fome e 105 milhões reclamando que seus rendimentos não são suficientes para suas necessidades. Em relação a Lula, o argumento é de que as fórmulas do passado não são mais adequadas. A candidata vai dizer que são necessárias soluções novas e uma visão de mundo atualizada.

Ministério equânime. A campanha usa três compromissos da candidata para sustentar uma maneira diferente de administrar. O primeiro é nomear um ministério com paridade de gênero. Outro compromisso é haver negros na esplanada. Por último, não indicar nenhum nome com envolvimento com mensalão, petrolão ou orçamento secreto.

Este discurso será repetido em entrevistas e viagens de campanha até 2 de outubro, quando acontece o primeiro turno.

Errata: este conteúdo foi atualizado
Diferentemente do informado, Henrique Meirelles disputou a Presidência pelo MDB em 2018, e não em 2022. O texto foi corrigido.