Ipec: 71% dos eleitores dizem que religião não influencia na hora do voto
Pesquisa Ipec realizada com entrevistas presenciais, contratada pela TV Globo, fez uma avaliação sobre a influência da religião dos candidatos no voto do eleitor. Para 71%, não há interferência, e para 16% "influencia muito". A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
O tema virou central na campanha desde que aliados do presidente Jair Bolsonaro (PL), como o deputado federal e pastor Marcos Feliciano (PL-SP), começaram a divulgar as fake news de que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fechará igrejas caso seja o vencedor nas urnas nas eleições de outubro.
Em resposta às falas de Feliciano, o PT negou que Lula vai fechar igrejas e lembrou que ele foi o responsável por sancionar a lei da liberdade religiosa, em 2003. Ainda, o partido destacou que foi o ex-presidente quem também aprovou a lei que criou o Dia da Marcha para Jesus, em 2009. Por fim, a sigla ressaltou que o petista "é cristão".
A campanha de Lula, inclusive, investiu em propagandas online sobre o tema. Um dos vídeos mais apresentados pela campanha mostra o petista como responsável por sancionar a Lei da Liberdade Religiosa. Também há uma propaganda em que o próprio candidato fala diretamente aos eleitores evangélicos.
Bolsonaro também tem feito um esforço para crescer entre os evangélicos. Ontem, ao lado da primeira-dama e a ex-ministra Damares Alves (Republicanos), o presidente sediou um culto para 60 mulheres evangélicas no Palácio da Alvorada, em Brasília (DF).
Confira o resultado:
- Influencia muito: 16%
- Influencia um pouco: 11%
- Não influencia minha decisão de voto: 71%
- Não sabe/ Não respondeu: 2%
De acordo com a pesquisa, os grupos que disseram ser mais influenciados pela religião são de evangélicos, com 25%, e os que avaliam a gestão do governo de Jair Bolsonaro como ótima ou boa, em 24%, além dos que moram nas regiões Norte e Centro-Oeste, que são 23%.
Os eleitores que menos se influenciam pela fé na hora da votação são os que declaram não ter religião ou aqueles que não são católicos e evangélicos, representando 79%. Os que avaliam a gestão Bolsonaro como ruim ou péssima (77%), os católicos (75%) e os que vivem na região Sudeste (75%), também dizem não se afetar pela religião.
O levantamento fez 2 mil entrevistas face a face, em 128 municípios brasileiros, entre os dias 26 e 28 de agosto. O nível de confiança, segundo o instituto, é de 95% e a margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. A pesquisa foi registrada no TSE sob o número BR-01979/2022, com custo de R$ 231.156,29.
Ipec: Lula lidera com 12 pontos à frente de Bolsonaro
Pesquisa Ipec que avaliou o cenário nacional, mostrou que o ex-presidente Lula está à frente na disputa com 44% das intenções de voto, e mantém a diferença de 12 pontos percentuais para o principal adversário. O presidente Jair Bolsonaro aparece em segundo, com 32%.
Por ter 44% das intenções de voto, e a soma dos outros candidatos ser 43%, Lula ainda pode ganhar no primeiro turno. Mas, como a margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, o petista pode também estar atrás da soma dos demais, o que levaria a disputa para o segundo turno.
Em seguida, aparecem Ciro Gomes (PDT), com 7%, e Simone Tebet (MDB), com 3%, empatados na margem de erro que é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. O candidato do partido Novo, Luiz Felipe D'Avila, aparece com 1% e também empata tecnicamente com a senadora. Os demais candidatos foram citados, mas não alcançam 1% das intenções de voto.
Sobre o instituto
O Ipec foi fundado em fevereiro de 2021 por ex-executivos do Ibope, que encerrou suas atividades em janeiro por conta do fim de um acordo de licenciamento da marca após 79 anos. O Ipec aborda entrevistados em suas casas, localizadas em áreas estabelecidas conforme distribuição do eleitorado brasileiro.
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