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Lula diz que ligou para Kirchner e que ataque acende alerta no Brasil

Do UOL, em São Luís

02/09/2022 18h53Atualizada em 02/09/2022 19h36

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que ligou hoje (2) para a vice-presidente argentina, Cristina Kirchner, que sofreu uma tentativa de homicídio, para prestar solidariedade. Para ele, o ataque "acende um alerta" também no Brasil. Um brasileiro foi identificado como suspeito de ter apertado o gatilho de uma arma, que não disparou.

Aliado de longa data da política argentina, Lula está em São Luís para um grande ato de campanha. Na noite de ontem (1º), quando houve o ataque, o ex-presidente participava de um comício em Belém.

O bom senso indica que a gente tenha que ter isso como alerta. Nós precisamos ficar [em] alerta com o que pode acontecer no Brasil."
Lula (PT), à imprensa

Ligação e alerta. O ex-presidente disse ter ligado hoje para a amiga para prestar solidariedade. Segundo ele, ela estava "em casa, tranquila". Para Lula, o caso pode repercutir no Brasil.

Desde o início da pré-campanha a segurança de Lula tem sido reforçada, com quase 30 agentes da PF (Polícia Federal) e outras medidas. Agora, é esperado que fique ainda mais rígida.

"Eu ouço notícias todos os dias de gente que foi ofendida em restaurante, na rua, de gente que é provocada. Até para fazer comício tem gente que vai provocar no comício do outro. Isso não acontecia", disse o ex-presidente. "Todo santo dia nós temos visto na imprensa uma insinuação —e quem faz insinuação pode cumprir aquilo que está prometendo."

A campanha de Lula decidiu adotar detector de metal e revista em qualquer evento em que seja possível se aproximar do candidato —inclusive em coletivas de imprensa. Em alguns atos, ele usa colete à prova de balas.

Ligação com Bolsonaro. Lula aproveitou o caso para criticar o presidente Jair Bolsonaro (PL), seu principal adversário ao Planalto. O petista tem sido alvo de ataques e provocações por parte de bolsonaristas, sem que o presidente se pronuncie.

"O atual presidente da República e candidato não está habituado a viver democraticamente. Não está habituado a ouvir nenhum segmento da sociedade", afirmou.

Mais cedo, Bolsonaro disse que mandou "uma notinha" para Cristina e que lamenta o ocorrido.

Arma falhou. O atentado ocorreu por volta das 21h (horário local) de ontem, quando Kirchner chegava à sua casa, no bairro de Recoleta, em Buenos Aires, após presidir uma sessão do Senado.

Foi em uma das interações de Cristina com apoiadores que o agressor aproximou-se com a arma e puxou o gatilho, que não disparou o tiro. Nas imagens, a vice-presidente se assusta e coloca a mão no rosto, e o autor do ataque não é mais visto.

É brasileiro. O autor do ataque é Fernando Sabag Montiel, um brasileiro de 35 anos que mora no país vizinho desde criança.

Ele tentou fugir, mas foi impedido por um grupo de pessoas e, depois, preso pela polícia. A arma foi recuperada caída no chão, e, segundo comunicado nacional feito na noite de ontem pelo presidente da Argentina, Alberto Fernández, continha cinco balas.