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Políticos repercutem busca na casa de Moro: 'Refém da própria estratégia'

Sergio Moro foi alvo de busca e apreensão de materiais de campanha - REUTERS
Sergio Moro foi alvo de busca e apreensão de materiais de campanha Imagem: REUTERS

Do UOL, em São Paulo

03/09/2022 17h54Atualizada em 03/09/2022 21h47

Políticos repercutiram a busca e apreensão de material irregular de campanha nos comitês de dois dos principais candidatos ao Senado pelo Paraná: Sergio Moro e Paulo Eduardo Martins, do PL, partido do presidente Jair Bolsonaro. A casa do ex-juiz federal foi indicada por ele como seu comitê de campanha.

O candidato a deputado federal Guilherme Boulos (Psol-SP) comentou a ação de busca e apreensão que também determinou a remoção de publicações consideradas irregulares nas redes sociais de Moro, sob pena de multa diária de R$ 5 mil. O político disse que o ex-juiz "fez um estrago no Judiciário brasileiro que vai demorar para ser desfeito".

"O maior símbolo do ativismo judicial virou hoje refém da sua própria estratégia", escreveu.

A medida atende a um pedido da Federação "Brasil da Esperança", formada por PT, PCdoB e PV no Paraná. Segundo a denúncia, os candidatos estão usando materiais impressos que violam a legislação eleitoral e que suas redes sociais têm publicado propaganda irregular "ante a desconformidade entre o tamanho da fonte do nome do candidato a senador relativamente a dos suplentes".

O deputado federal André Janones (Avante-MG) ironizou a situação. Em uma publicação feita pelo próprio Moro no Twitter, o aliado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que aprendeu com o ex-juiz que "se a decisão emana de um juiz, ela é sempre legal".

A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, questionou "que moral essa gente tem" e disse que eles "nunca conseguem cumprir a lei".

O presidente do Psol, Juliano Medeiros, perguntou se Moro iria considerar "abusiva" a ação determinada pela Justiça contra ele. E disse que "pimenta nos olhos dos outros é refresco".

Moro se pronuncia e é defendido

O ex-ministro de Bolsonaro afirmou hoje que repudia a ação. Moro também fez críticas a Lula.

Também alvo de busca e apreensão, Paulo Eduardo Martins (PL) disse que "serão muitas batalhas, mas vamos lutar e vencer". O candidato ressaltou o fato de o PT não ter movido ação contra outras campanhas: "Será que o PT vacilou?".

A esposa do ex-ministro disse que Moro é vítima de "táticas sujas" no Paraná. Segundo ela, o marido é "perseguido" porque " não tem proteção política".

O presidenciável Felipe D'Ávila (Novo) chamou de "bizarra e desproporcional" a operação na casa de Moro. Para o candidato, é preciso rever a legislação eleitoral.

A deputada federal Bia Kicis (PL-DF) repostou um vídeo que comenta a ação deste sábado contra Moro. Na publicação, a parlamentar questiona se "a justiça eleitoral enlouqueceu".

Em nota, o PT do Paraná afirmou que a legislação eleitoral deve ser cumprida e que a Federação Brasil da Esperança no Paraná (PT, PCdoB e PV) segue vigilante no combate à possíveis irregularidades.

"Os candidatos ao Senado no Paraná, Sérgio Moro e Paulo Martins, não estão acima das regras eleitorais, assim como qualquer outra candidatura", diz o texto.

Ainda de acordo com o texto, "a medida de busca e apreensão contra o ex-juiz Sérgio Moro apenas foi realizada em sua residência, porque o próprio candidato informou o endereço como sede de seu comitê central de campanha."

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