Eduardo Bolsonaro critica PDT e apela 'às tias do zap': 'São importantes'
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) criticou o PDT, partido do presidenciável Ciro Gomes, após a legenda solicitar abertura de Aije (Ação de Investigação Judicial Eleitoral) contra o presidente Jair Bolsonaro (PL) por supostos abusos cometidos durante os eventos de ontem, no 7 de setembro.
Nas redes sociais, Eduardo, conhecido como o "filho 03" de Bolsonaro, disse que o PDT tenta "criar uma narrativa" para inviabilizar a candidatura do atual chefe do Executivo, que tenta a reeleição no pleito de outubro. O parlamentar fala em "ativismo judicial" e apela "às tias do zap" que, segundo ele, "são importantes" para a campanha do candidato de extrema direita.
"Quem poderia imaginar... Mas veja que a estratégia persiste: a esquerda, detentora do monopólio da imprensa militante, cria a narrativa. Seus políticos entram com ativismo judicial e, se bobear, uma ação esdrúxula pode vingar. Por isso as tias do zap são tão importantes", publicou.
Entenda
Hoje, o PDT entrou com pedido de abertura de Aije por supostos abusos cometidos por Jair Bolsonaro no 7 de setembro. Segundo o partido, o presidente "realizou atos de campanha durante o desfile cívico comemorativo do bicentenário da independe cia do Brasil, através do uso do cargo, com o fito de desvirtuar o evento para promoção de sua candidatura".
Como mostrou o UOL, ministros de tribunais superiores, integrantes do MPF e da PGR, e especialistas em direito eleitoral veem possível crime de abuso político e econômico de Bolsonaro ao transformar os desfiles do bicentenário da Independência em evento eleitoral.
De acordo com a ação, o presidente usou a estrutura do evento - como palanque e veiculação pela TV Brasil -, custeada com dinheiro público para se promover como candidato.
A defesa do PDT lembra que Bolsonaro posou para fotos com aliados e, em discurso, conclamou apoiadores a votarem nele no primeiro turno e a virar o voto de quem pensa "diferente de nós".
"Como se vê, [Bolsonaro] utilizou-se de toda estrutura da Administração Pública no ato de 7 (sete) de setembro para fins de promover a sua candidatura à reeleição para o cargo de Presidente da República. Ressalta-se que o discurso proferido foi verbalizado a partir das mesmas premissas entoadas em inúmeros discursos realizados, de modo que resta nítida a utilização do eventos para fins eleitorais", alega o PDT.
O partido menciona que teriam sido gastos cerca de R$ 3,3 milhões de verba pública com a estrutura montada para o desfile de 7 de Setembro, e que ao utilizar o evento como ato de campanha, Bolsonaro teria cometido abuso de poder econômico.
Os advogados do PDT pedem que Bolsonaro seja declarado inelegível para as eleições de outubro e pelos oito anos seguintes, como prevê a Lei Complementar 64.
Além disso, a legenda quer a cassação do registro de candidatura ou do diploma, caso o presidente seja eleito antes do término do processo.
Ofensiva jurídica
A ação será distribuída ao ministro Benedito Gonçalves, que tomou posse nesta quinta (8) como corregedor-geral eleitoral. Ela, porém, não deve ser um caso isolado - outras campanhas já anunciaram que devem apresentar processos semelhantes nas próximas horas.
Como mostrou o UOL, adversários de Bolsonaro planejam uma ofensiva jurídica contra o uso político do presidente das comemorações do bicentenário da Independência.
A campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que apresentará uma ação de investigação eleitoral por abuso de poder econômico e político. Para a coligação do petista, o presidente participou do evento como candidato, e não representante de um dos Poderes.
Ontem (7), o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que atua na coordenação da campanha de Lula, disse que a Rede Sustentabilidade também apresentaria um processo contra Bolsonaro. O UOL apurou que a ação questionará o uso eleitoral dos desfiles dos militares, bancados com dinheiro público. O processo será movido pela Rede e não é descartado que outros partidos assinem o documento.
A senadora Soraya Thronicke (União Brasil) afirmou, em nota, que estuda apresentar uma ação de investigação eleitoral contra Bolsonaro e uma representação por conduta vedada - neste último caso, o objetivo será impedir que o presidente utilize as imagens dos atos em suas propagandas eleitorais.
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