'Não devo ser candidato a mais nada', diz Bolsonaro ao garantir auxílios
O presidente Jair Bolsonaro (PL), que é candidato à reeleição este ano, reafirmou que o Auxílio Brasil (antigo Bolsa Família) será mantido no valor de R$ 600. Segundo ele, isso será possível pois a Câmara dos Deputados é "sensível ao tema". Ao falar do assunto, Bolsonaro chegou a dizer aos apresentadores do pool dos podcasts Dunamis, Hub, Felipe Vilela, Positivamente, Luma Elpidio e Luciano Subirá, que "não deve ser candidato a mais nada".
"Havendo reeleição, ninguém vai trabalhar contra [o auxílio], até porque não devo ser candidato a mais nada, se Deus quiser", afirmou. A declaração foi feita durante participação em um pool dos podcasts Dunamis, Hub, Felipe Vilela, Positivamente, Luma Elpidio e Luciano Subirá.
O valor do Auxílio Brasil foi de R$ 400 para R$ 600 neste ano, com data limite até o final de dezembro. A medida foi vista como eleitoreira, já que o presidente tenta a reeleição para mais quatro anos de mandato.
Em sabatina da RedeTV! e em live no seu próprio canal, Bolsonaro já garantiu que o auxílio será mantido no próximo ano, se limitando apenas a dizer que o tema é de responsabilidade do ministro da Economia, Paulo Guedes.
Orçamento prevê Auxílio Brasil de R$ 405 em 2023
Apesar de prometer continuar com o valor de R$ 600, o governo Jair Bolsonaro não prevê o pagamento do Auxílio Brasil neste montante em 2023. No Orçamento de 2023 enviado ao Congresso Nacional semana passada, a proposta é que o valor médio seja de R$ 405,21.
No texto, o governo diz que vai buscar aumentar o valor do Auxílio de forma permanente, mas não explica como. O documento afirma apenas que o governo federal "reconhece a relevância" do aumento do valor do Auxílio e que vai buscar soluções jurídicas e orçamentárias para a manutenção em R$ 600 em 2023. O Orçamento prevê R$ 105,7 bilhões para o pagamento do Auxílio Brasil a 21,6 milhões de famílias.
O secretário de Orçamento Federal, Ariosto Culau, disse em entrevista coletiva que os R$ 405,17 não são um reajuste do valor do benefício.
"O valor médio decorre da aplicação de alguns componentes que variam de família a família. O valor que trabalhamos na divulgação é de R$ 400, mas na prática o valor médio pode ser superior para algumas famílias. Não estamos trabalhando com nenhum reajuste do valor", afirma.
Segundo o secretário especial do Tesouro e Orçamento, Esteves Colnago, o pagamento do Auxílio Brasil de R$ 600 será conversado com o Congresso "depois das eleições" para "buscar as fontes para essa receita".
Bolsonaro faltou em posse no STF e atrasou podcast
O início do programa era previsto para 19h30 (horário de Brasília), mas começou apenas às 20h08. O principal adversário dele nas eleições deste ano, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), concedeu entrevista à CNN Brasil hoje a partir das 20h.
O presidente foi convidado à posse da ministra Rosa Weber no comando do STF (Supremo Tribunal Federal), hoje em Brasília, mas optou ir a São Paulo falar nos podcasts. Com isso, Bolsonaro quebrou uma tradição de quase 30 anos: o último chefe do Executivo a faltar a posse do cargo máximo da Corte foi Itamar Franco, que em 1993 não compareceu na cerimônia do magistrado Octavio Gallotti. Devido às disputas e em aceno de diálogo pós-eleição, Rosa enviou convites a todos os presidenciáveis —destes, apenas Soraya Thronicke (União Brasil) compareceu.
Na ausência de Bolsonaro, o governo federal foi representado pelo vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos) e pelos ministros Ciro Nogueira (Casa Civil), Bruno Bianco (AGU) Anderson Torres (Justiça) e Fábio Faria (Comunicações).
Além deles, foram à posse o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e o ex-presidente José Sarney, único antigo chefe do Executivo a comparecer. Também estavam o PGR (Procurador-geral da República) Augusto Aras, o presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Beto Simonetti, e todos os ministros do Supremo.
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