"Momento cobra decoro", diz Carmén em posse de Rosa no STF sem Bolsonaro

A ministra Cármen Lúcia, do STF (Supremo Tribunal Federal), fez uma série de cobranças por respeito às instituições ao discursar na posse de Rosa Weber na presidência da Corte, na tarde desta segunda-feira (12). A cerimônia não teve a presença do presidente Jair Bolsonaro (PL), que vem em conflito constante com a Corte nos últimos anos.

Escolhida para falar na posse em nome dos colegas de Supremo, Cármen Lúcia pregou respeito à Constituição e fez um alerta contra o autoritarismo. Sem citar nomes, a ministra declarou que "não há de se admitir práticas voltadas para a desqualificação agressiva de instituições e cidadãos", e que o momento político atual do país "cobra decoro".

"É obrigação de cada qual dos agentes públicos e dos poderes do Estado preservar e promover a democracia, sem a qual não há liberdade. E sem liberdade não há justiça. Sem justiça não há paz", afirmou Cármen Lúcia. Em seus pronunciamentos, especialmente durante a campanha, Bolsonaro tem afirmado que "a liberdade é mais importante que a própria vida".

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"Não são aceitáveis comportamentos e sentimentos que agridem os princípios civilizatórios de respeito às igualdades e às diferenças, diferenças essas que informam a pluralidade, veio de enriquecimento da experiência humana", disse a ministra.

Mecanismos novos ou antigos de sequestro institucional são criminosos, graves e incompatíveis com os ditames constitucionais, desobedecendo os princípios republicanos e desmanchando as bases democráticas. A profanação dos princípios republicanos descumpre a Constituição
Cármen Lúcia, ministra do STF, na posse de Rosa Weber

Quem foi à posse? A cerimônia não teve a presença de Bolsonaro, que viajou a São Paulo para dar entrevista a um pool de podcasts. Na ausência dele, o governo foi representado pelo vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos) e pelos ministros Ciro Nogueira (Casa Civil), Bruno Bianco (AGU) Anderson Torres (Justiça) e Fábio Faria (Comunicações).

Além deles, foram à posse o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e o ex-presidente José Sarney, único antigo chefe do Executivo a comparecer. Também estavam o PGR (Procurador-geral da República) Augusto Aras, o presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Beto Simonetti, e todos os ministros do Supremo.