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Randolfe reforça a Moraes pedido de canal de denúncia de violência política

7.jul.2021 - O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da CPI da Covid, durante sessão da comissão - Edilson Rodrigues/Agência Senado
7.jul.2021 - O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da CPI da Covid, durante sessão da comissão Imagem: Edilson Rodrigues/Agência Senado

Do UOL, em Brasília

22/09/2022 18h25Atualizada em 22/09/2022 18h25

A dez dias para o primeiro turno das eleições, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), um dos coordenadores da campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), se reuniu hoje com o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal) e presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Segundo o parlamentar, foi reforçado ao ministro um pedido para a criação de um canal de denúncia para registro de ocorrência de atentados políticos na última semana de campanha e no dia das eleições. O pedido de providências foi levado ao TSE na semana passada pela campanha petista.

A reunião com Moraes foi solicitada na esteira do ataque registrado em Recife, onde a janela de um prédio que tinha a bandeira do PT foi atingida por tiros durante a madrugada. Há um receio de que esses episódios desincentivem eleitores a demonstrarem apoio à campanha petista.

"Nós trouxemos duas preocupações em especial. A primeira delas: o eventual aumento da violência no curso do processo eleitoral. Ao mesmo tempo externamos a necessidade do TSE garantir a todos os cidadãos o sagrado direito de comparecer em paz nas urnas no próximo 2 de outubro com as condições necessárias para exercerem o sagrado direito ao voto", afirmou Randolfe.

O encontro durou cerca de 15 minutos e ocorreu durante o intervalo da sessão plenária do Supremo. Ao sair, Randolfe disse que a reunião discutiu as preocupações da campanha do petista em relação a episódios de violência política.

Segundo o parlamentar, Moraes respondeu que adotará "todas as medidas necessárias" para garantir a segurança dos eleitores durante o primeiro turno.

"O ministro antecipou que está tomando todas as medidas necessárias com as forças policiais militares dos Estados, com as policiais civis e com as Forças Armadas para garantir o exercício livre e democrático da manifestação do voto", disse.

Violência política

O senador foi acompanhado do ex-ministro do TSE Eugênio Aragão, responsável pelo núcleo jurídico da campanha de Lula, e reforçou ao ministro o pedido de providências sobre violência política feito à Corte Eleitoral no último dia 13.

O documento menciona o aumento da violência política no Brasil, afirmando que se trata de um reflexo de um "modus operandi" do presidente Jair Bolsonaro (PL) em tratar adversários como "membros de facções criminosas e consequentemente inferiores e até perigosos" em relação aos seus eleitores.

"O objetivo principal é desumanizar os opositores políticos e implantar um sentimento de vingança na base eleitoral de Jair Messias Bolsonaro", afirma o documento.

São citadas publicações de Bolsonaro desde 2016 que, para a campanha petista, estariam "a serviço da sedimentação de ideário de intolerância política". A campanha também menciona os decretos que facilitaram a posse de armas como um risco para as eleições, por ampliarem o número de equipamentos na sociedade.

"A postura truculenta do Presidente da República em relação a opositores políticos, sem timidez em apontar a violência como tratamento devido aos seus adversários políticos, não pode ser encarada como uma natureza comportamental despretensiosa", disse a campanha. "Em verdade, a influência de pensamento ideológico exercida pelo Chefe do Poder Executivo Federal tem a capacidade de instrumentalizar toda sua base política contra pessoas que não se alinham à sua ideologia de extrema direita".