Topo

Reale Jr.: Voto em Lula é espontâneo e contra ação de Bolsonaro no 2º turno

Colaboração para o UOL

22/09/2022 09h41

O jurista Miguel Reale Júnior apoiou a candidatura de Simone Tebet (MDB) para presidente, mas agora declarou voto em Lula (PT). Em entrevista ao UOL News, ele explicou que votará no petista de forma espontânea, porque tem receio do que apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) podem fazer em um eventual 2º turno.

"Não receio que Bolsonaro seja eleito. Tenho receio das suas reações absolutamente descontroladas. A violência política já está se apresentando, com pessoas ligadas ao Lula que foram mortas. Imagine isso no 2º turno com o desespero desse homem (Bolsonaro)", comentou Reale.

Ele disse que já vê esse "desespero" em atos da campanha do presidente. "Bolsonaro transformou o enterro da rainha em palanque. Fez de palanque a tribuna da ONU. Então será capaz de tudo, além das ameaças contínuas de golpe, da contestação das urnas e já disse que, se não ganhar, é porque tem safadeza no TSE. Ou seja, no 2º turno as ameaças de Bolsonaro de desestabilizar o país podem se concretizar e conturbar a vida brasileira. Por isso creio que, diante da inabilidade de Simone Tebet, que é a melhor candidata, devemos impedir que haja conturbação da vida brasileira", explicou Reale.

Reale Jr.: Fatos ligados a Bolsonaro são mais graves do que em impeachment de Dilma

Miguel Reale Jr. foi um dos autores do pedido de impeachment de Dilma Rousseff e portanto a opção por Lula causa surpresa em muitas pessoas. Ele explicou que vai optar pelo PT dessa vez porque fatos ligados a Bolsonaro são muito graves.

O jurista também afirmou que a decisão dele não partiu de qualquer compromisso ou entendimento com petistas. "Foi absolutamente espontâneo. Não imaginava que tivesse uma repercussão significativa. Achei que era o momento dessa declaração de posição em favor do país. Só posteriormente houve um pedido que eu enviasse vídeo. Mas não houve um entendimento".

Diretora do Datafolha: Ataques da família Bolsonaro contribuem com agressão

Um caso de violência política recente aconteceu no interior de São Paulo, onde um apoiador de Bolsonaro agrediu um pesquisador do Datafolha. Luciana Chong, diretora do instituto, participou do UOL News , lamentou o caso e afirmou que os ataques da família de Jair Bolsonaro (7) contra as pesquisas contribuem para esse clima hostil.

"Eles contribuem, geram esse clima de hostilidade contra o Datafolha. Isso é um absurdo. O Datafolha está ali para cumprir a função de mostrar o que a sociedade pensa. Não tem um lado, não está a favor ou contra candidatos. Nosso objetivo é para apurar e tirar fotografia desse momento", explicou Luciana.

Na sequência, ela comentou que percebeu um aumento da agressividade em comparação com a eleição presidencial anterior. "Em 2018 percebemos hostilidade, mas não era muito. Esse ano de fato é maior. Já teve xingamento, pessoas que gravam vídeo e colocam nas redes sendo hostil com pesquisadora. Sempre uma intimidação e a gente tem percebido isso mais forte".

Josias: Homem que agrediu pesquisador do Datafolha presta serviço ao bolsonarismo

Josias de Souza, colunista do UOL, comentou no UOL News sobre o caso e afirmou que Rafael Bianchini agrediu o pesquisador com apoio tácito de Jair Bolsonaro, ou seja, um apoio que não é totalmente expresso, mas está oculto.

"De repente saltou da alma desse Bianchini um espírito miliciano a serviço do bolsonarismo, com aval tácito do Bolsonaro, um presidente cultor da arma e do extermínio. E agrediu a socos e pontapés um pesquisador do Datafolha. E se ele não fosse contido, assassinaria um trabalhador", observou Josias.

O UOL News vai ao ar de segunda a sexta-feira em três edições: 8h, 12h e 18h, sempre ao vivo.

Quando: de segunda a sexta às 8h, 12h e 18h.

Onde assistir: Ao vivo na home UOL, UOL no YouTube e Facebook do UOL.

Veja a íntegra do programa: