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Rodrigo diz que voto pró-democracia de FHC serve para Lula e Bolsonaro

Rodrigo Garcia acredita também que posse da presidência e dos estados será feito de forma tranquila - Willian Moreira/Estadão Conteúdo (arquivo)
Rodrigo Garcia acredita também que posse da presidência e dos estados será feito de forma tranquila Imagem: Willian Moreira/Estadão Conteúdo (arquivo)

Do UOL, em São Paulo

23/09/2022 13h38Atualizada em 23/09/2022 13h38

Horas depois de o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) divulgar uma nota em que defende um voto "pró-democracia" nas eleições deste ano, o candidato ao governo de São Paulo Rodrigo Garcia (PSDB), disse que a declaração serve tanto para Luiz Inácio Lula da Silva (PT) quanto para Jair Bolsonaro (PL).

Em entrevista à CNN Brasil, o governador paulista considera que a opinião de FHC é para os dois candidatos. "Respeito muito o presidente Fernando Henrique e suas opiniões e entendi que ele quer justamente que o presidente eleito seja um homem democrático e premie a liberdade. Isso vale para os dois principais candidatos".

Para ele, não há "dúvida de que quem for escolhido presidente e governadores tomarão posse no dia 1º de janeiro". "O que a gente vê hoje é um acirramento e uma desarmonia entre poderes. A democracia no Brasil não corre nenhum tipo de risco, nós temos instituições fortes, governadores, prefeitos e parlamento forte. Vejo isso muito mais como uma guerra de narrativa do que uma realidade".

FHC não citou nenhum candidato; PT e Tebet divergem

Embora não não cite nenhum candidato nominalmente, FHC se manifestou de forma velada contra a reeleição de Jair Bolsonaro (PL).

Peço aos eleitores que votem no dia 2 de outubro em quem tem compromisso com o combate à pobreza e à desigualdade, defende direitos iguais para todos independentemente da raça, gênero e orientação sexual, se orgulha da diversidade cultural da nação brasileira, valoriza a educação e a ciência e está empenhado na preservação de nosso patrimônio ambiental, no fortalecimento das instituições que asseguram nossas liberdades e no restabelecimento do papel histórico do Brasil no cenário internacional Fernando Henrique Cardoso, ex-presidente da República

A indireta contra Bolsonaro ocorre porque o atual governo foi marcado por atrito entre os Poderes, ataque à eficácia das vacinas contra covid-19 e aumento nas taxas de desmatamento.

O PT esperava que o ex-presidente manifestasse apoio à campanha de Luiz Inácio Lula da Silva já no primeiro turno, mas não houve acordo. Segundo o UOL apurou, a campanha petista interpretou a nota de FHC como um apoio a Lula.

A candidata do MDB à Presidência, senadora Simone Tebet (MS), minimizou a possibilidade da carta divulgada ontem pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) ser uma sinalização à candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A parlamentar é oficialmente apoiada pelos tucanos.

"Como democrata que é, Fernando Henrique Cardoso fez uma carta dirigida ao Brasil. Ele fez muito mais uma carta contra uma candidatura do que a favor de outra. Tudo o que está ali é a cara da nossa candidatura. Defendemos a democracia, defendemos a diminuição da desigualdade, o combate à miséria, a pluralidade, a diversidade. Não tem nada ali que tenha declarado voto a um determinado candidato", disse, segundo a revista Veja.