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Bolsonaro faz live para reclamar de decisão do TSE de proibir live

Bolsonaro mudou local de live após determinação do TSE  - Reprodução
Bolsonaro mudou local de live após determinação do TSE Imagem: Reprodução

Colaboração para o UOL, em Maceió

25/09/2022 19h40Atualizada em 25/09/2022 22h09

Logo no começo de uma live realizada neste domingo (25), o presidente Jair Bolsonaro (PL) reclamou da decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que proibiu a gravação de lives de cunho eleitoral no Palácio da Alvorada. Anteriormente, o chefe do Executivo classificou a medida como "estapafúrdia", "invasão de propriedade privada" e garantiu que seguiria fazendo transmissões online para falar com seus apoiadores.

Na live, Bolsonaro surgiu em um cenário diferente do habitual —ele, no entanto, não explicou onde estava. A sala tem parede clara, com uma bandeira do Brasil e um cartaz de campanha eleitoral à reeleição pendurados. Nas lives gravadas no Alvorada, é possível ver prateleiras com livros ao fundo.

A que ponto chegou o TSE. A Alvorada é minha residência. A alegação [da Corte] é que gasto meio público para divulgar trabalhos políticos."
Jair Bolsonaro, em live

Em seguida, afirmou que seus gastos no Alvorada são menores em relação aos presidentes que o antecederam, mas não apresentou provas.

Mais tarde, voltou ao assunto, ironizou a determinação judicial e a mudança de local da gravação. "Será que o TSE sabe onde estou fazendo essa live? Escondido como se fosse um cara nas trevas...Será que ele está na Alvorada? Que preocupação TSE!", falou.

Durante a gravação, ele ainda criticou o principal concorrente na corrida eleitoral, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e pediu votos para si próprio e para candidatos ao Congresso e aos governos de diversos estados.

Neste domingo, o ministro do TSE Benedito Gonçalves negou pedido da campanha do presidente para que a Corte revisse decisão de proibir as gravações de cunho eleitoral no Palácio da Alvorada. A multa para o descumprimento da decisão é de R$ 20 mil por ato.

Bolsonaro critica TSE por permitir Lula chamá-lo de 'genocida'

Na live, Jair Bolsonaro criticou uma decisão tomada pela maioria dos ministros do TSE na semana passada em que rejeitou ações impetradas pelo PL, partido do presidente, para retirar do ar vídeos em que Lula chama Bolsonaro de "genocida", "miliciano" e "fascista".

Para o presidente, o TSE autorizou o petista a chamá-lo de "genocida", o que ele classificou como "lamentável".

"Agora o Lula vai continuar me chamar de genocida. E de vez em quando escuto pelas ruas, no carro, é comum, acontece [me chamarem de] genocida. Tem gente que acha que eu sou genocida mesmo, ou não tem do que falar, e quer me xingar de alguma coisa, chama de genocida", completou.

TSE suspende live na Alvorada

O ministro Benedito Gonçalves, do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), proibiu que o presidente Jair Bolsonaro use o Palácio da Alvorada para transmitir lives de cunho eleitoral, destinadas a promover sua candidatura ou de outras pessoas. A multa para descumprimento é de R$ 20 mil reais por ato. Com isso foi aberta a sétima AIJE (Ação de Investigação Judicial Eleitoral) contra Bolsonaro por infração das normas de campanha.

A decisão foi tomada a partir de pedido do PDT, partido do presidenciável Ciro Gomes. "Os indícios até aqui reunidos indicam que, no caso, tanto o imóvel destinado à residência oficial do Presidente da República quanto os serviços de tradução para libras custeados com recursos públicos foram destinados à produção de material de campanha", escreveu o ministro.

Mais cedo, Jair Bolsonaro classificou a decisão do TSE como "estapafúrdia" e disse que é "invasão de propriedade privada".

"É uma decisão estapafúrdia. Invasão de propriedade privada. Enquanto sou presidente, é minha casa", disse Bolsonaro a jornalistas enquanto cumprimentava apoiadores em frente ao Palácio do Itamaraty. "Vou fazer live. Hoje vai ter live", completou.

O Alvorada é a residência oficial do presidente da República. Projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer, foi inaugurado em 1958 e passou, então, a ser habitado por Juscelino Kubitschek. Segundo o governo federal, as primeiras obras de restauração aconteceram entre 2004 e 2006 —durante o governo de Lula.