Candidato diz que recebeu ameaças de morte no RJ: 'Defunto ganha eleição?'

O candidato a deputado estadual pelo PP do Rio de Janeiro, Marcelo Sessim, acionou a Polícia Civil do Rio após receber mensagens com ameaças de morte por meio do WhatsApp. Sessim, que é médico de formação e disputa cargo público pela primeira vez, passou a ser alvo de mensagens ameaçadoras para que ele abandone a carreira política e volte para "sua vidinha", ou acabará morto "na bala".

Sessim abriu boletim de ocorrência nesta terça-feira (27), no 57º Departamento de Polícia de Nilópolis, na Baixada Fluminense. No documento, ao qual o UOL teve acesso, ele diz ter recebido a primeira ameaça no dia 14 de março deste ano. A intimidação voltou a ser feita meses depois, no dia 24 de setembro.

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Na mensagem enviada em março, a pessoa por trás das ameaças, que ainda não foi identificada, diz que o "cerco tá [sic] fechando" e que "com certeza vai chegar até" o candidato do PP.

"Marcelo, viu que o cerco tá fechando? Com certeza vai chegar até você, só que você vai ser na bala. Por que não volta para sua vidinha? Sai dessa, a política não é para você, vai acabar morrendo por mexer com interesses nossos, vai morrer."

Neste mês, Marcelo Sessim voltou a receber ameaças, dessa vez com questionamentos se "defunto ganha eleição".

"Uma pergunta: defunto ganha eleição? Hoje você deu sorte, estou na sua cola... Tá me atrapalhando até daqui a pouco, seu viciado de merda, vai morrer", diz o texto ameaçador.

Além de Marcelo, o irmão dele, Sérgio Sessim, que é ex-prefeito de Nilópolis, também se tornou alvo de intimidações e ameaças.

"É, Serginho, vai rolar a covardia. Vocês estão me atrapalhando. Marcelo caga pela boca, a ordem é eliminar ele. Vai ficar perto, vai cair junto".

Candidato atribui ameaças a adversário político. À Polícia Civil, o médico atribuiu as ameaças a questões políticas. Ao ser questionado se possui algum adversário político, ele respondeu afirmativamente, e citou "adversário da máquina pública municipal, o vereador Rafael Nobre", que também concorre a uma cadeira na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio), apontado por ele como o "candidato principal do prefeito Abraãozinho ", de quem ele é primo.

Entretanto, Marcelo Sessim negou possuir "algum problema pessoal" com Abraãozinho, como é conhecido o prefeito Abraão David Neto (PL), com quem ele disse nutrir "apenas divergências políticas".

Ao UOL, Rafael Nobre (União Brasil) negou ser o autor das ameaças a Marcelo Sessim e afirmou ter "recebido com muita surpresa" essa notícia porque ele e médico não são "desafetos pessoais nem políticos".

"Não faz parte da minha conduta esse tipo de postura, não ameacei, não ouvi ninguém do meu grupo de trabalho falar sobre isso e nem compactuaria com qualquer tipo de intimidação a quem quer que fosse, especialmente durante uma eleição", declarou. "Nossa campanha trabalha com olhar voltado para nossos feitos e para o povo, sem atacar quem quer que seja de nenhuma forma, como pode ser visto em minhas redes sociais com total transparência", acrescentou.

A reportagem entrou em contato com Marcelo Sessim, mas não obteve retorno. O UOL também buscou posicionamento da Polícia Civil do Rio, mas não houve resposta. Esta matéria será atualizada quando houve algum posicionamento do candidato ou das autoridades.